SÃO PAULO, 21 ABR (ANSA) – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a lamentar a morte do papa Francisco nesta segunda-feira (21) e afirmou que o líder da Igreja Católica era o “mais brasileiro dos argentinos”, ao lembrar de sua paixão pelo futebol.
Em um vídeo divulgado em suas redes sociais, o petista reforçou que o Pontífice foi um representante “do acolhimento, da paz e da esperança” e, por isso, todos acordaram “um pouco órfão do seu afeto”, que “era livre de preconceitos e julgamentos, em um mundo que sofre com a discriminação e a intolerância”.
“Embora o dia de hoje seja de muita tristeza, vamos nos lembrar para sempre da alegria do papa Francisco. Do sorriso que iluminava a tudo e a todos, o entusiasmo pela vida, o bom humor, o otimismo e a paixão pelo futebol, qualidade que fazia dele o mais brasileiro dos argentinos”, afirmou.
Lula destacou disse que o dia foi triste não só para os católicos, mas “para todos aqueles que, acima das religiões, fazem do amor a sua profissão de fé”. Além disso, lembrou que, para o argentino, “todos são irmãos para amarmos uns aos outros”.
“Francisco foi o Papa de todos, mas principalmente o dos excluídos, dos mais pobres, dos injustiçados, dos imigrantes, dos que não tem voz, das vítimas da fome e do abandono”, acrescentou.
O presidente brasileiro também destacou os alertas feitos por Jorge Bergoglio sobre a crise climática, as ameaças de destruição do planeta e as recentes guerras que assolam o mundo, além da “necessidade de uma Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, que foi efetivamente lançada pelo Brasil no ano passado, durante a Cúpula do G20, no Rio de Janeiro”.
Segundo ele, “Francisco foi o Papa da paz, do diálogo, da união e do amor a todas as formas de vida” e “condenou todas as guerras, que têm como vítimas preferenciais a população civil, sobretudo mulheres e crianças”.
Lula recordou ainda que o Santo Padre pediu, em sua benção no Domingo de Páscoa, para todos voltarem a ter esperança de que a paz é possível. Ele “foi o Papa da esperança. Em sua despedida renovou a crença nos seres humanos, e previu um futuro melhor para a humanidade”, concluiu o brasileiro, enfatizando que Bergoglio disse que “o amor venceu o ódio, a verdade venceu a mentira; o perdão venceu a vingança”.
Por fim, o líder brasileiro alertou que este é o mundo que todos precisam construir, inspirados no papa Francisco, desde que haja a capacidade “de cultivar a paz, o amor, a justiça e a fraternidade”.
Francisco, líder da Igreja Católica Romana por mais de uma década, morreu nesta segunda, aos 88 anos, em decorrência de um derrame cerebral (AVC) e de um “colapso cardiocirculatório irreversível”. Lula e a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, irão para a Itália para participar do funeral do argentino, informou o Palácio do Planalto. Até o momento, porém, não há informações sobre os detalhes da viagem, que deve depender do protocolo do Vaticano para o último adeus ao Pontífice. (ANSA).