É a primeira ofensiva cibernética russa coordenada contra a infraestrutura crítica do país, segundo o serviço de inteligência da Holanda. Agência vê apoio à Ucrânia como motivo do ataque.Uma instalação pública holandesa foi alvo de um ataque cibernético coordenado por hackers russos no ano passado, segundo informou a Agência de Inteligência Militar e de Segurança (MIVD) da Holanda nesta terça-feira (23/04).
Este é o primeiro ataque russo conhecido à infraestrutura crítica da Holanda, disse o MIVD em seu relatório anual. A ofensiva, porém, fracassou. O documento também identificou outros ataques cibernéticos contra aliados da Ucrânia, em meio à guerra travada no país pela Rússia.
Por que a Holanda é um alvo?
A Holanda é um “país-alvo interessante” para Moscou devido ao seu apoio contínuo à Ucrânia, disse o serviço de segurança holandês.
Na semana passada, o ministro da Defesa da Holanda, Ruben Brekelmans, anunciou a doação de 150 milhões de euros (R$ 988 milhões) para os sistemas de defesa aérea da Ucrânia.
“Vemos que a ameaça russa contra a Europa está aumentando, inclusive após um possível fim da guerra”, afirmou o diretor do MIVD, Peter Reesink, no relatório anual da agência.
Segundo Reesink, o ataque visava “obter o controle do sistema” de controle digital da instalação pública, que não foi revelada.
“Até onde se sabe, essa é a primeira vez que um ataque de sabotagem como esse foi realizado contra um sistema de controle digital na Holanda”, acrescentou.
Sabotagem no Mar do Norte
A agência também alertou contra unidades russas que mapeiam a infraestrutura e realizam atos de sabotagem no Mar do Norte, localizado entre o Reino Unido e a Europa continental. As atividades de sabotagem, que também são identificadas no Mar Báltico, têm como alvo os cabos de internet e os suprimentos de água e energia, disse a agência holandesa.
O relatório também reiterou que a China continua a representar uma séria ameaça à Europa por meio de seu apoio a Moscou, bem como devido a atividades separadas de espionagem cibernética.
gq (dw, afp, reuters)