ROMA, 23 ABR (ANSA) – O túmulo do papa Francisco, morto aos 88 anos no dia 21 de abril, será “tão simples quanto sua vida”, porque “ele queria que fosse humilde e essencial”, revelou o arcebispo lituano Rolandas Makrickas, arcipreste coadjutor da Basílica de Santa Maria Maggiore, principal templo mariano de Roma.
O religioso é a única pessoa mencionada no testamento de Jorge Mario Bergoglio e a quem o pontífice deu instruções diretas “para sua última viagem terrena”.
“Por isso, o túmulo terá apenas a inscrição do seu nome, Franciscus, e a sua cruz peitoral, que usou tanto como bispo como Papa, e estará em versão maior”, explicou Makrickas ao jornal italiano “Il Messaggero”, nesta quarta-feira (23).
Segundo ele, outro detalhe é que o túmulo de Francisco “é feito de mármore trazido especialmente da Ligúria, terra dos seus antepassados”.
Makrickas contou ainda que sugeriu ao Pontífice que Santa Maria Maggiore fosse o seu local de sepultamento, mas que Francisco inicialmente respondeu que “os papas são sepultados em São Pedro, e pronto”.
“Então, depois de uma semana, ele me ligou de volta e disse estas palavras: ‘Nossa Senhora me disse: É hora de você preparar seu túmulo’”, revelou.
O arcebispo lembrou que, na ocasião, o líder da Igreja Católica disse: “Encontre um lugar para o meu túmulo, porque eu quero ser sepultado nesta basílica e você foi um pouco profeta”.
Em seu testamento, Bergoglio destacou que as despesas do túmulo serão cobertas pela quantia em dinheiro de um benfeitor. “Eu também não o conheço. Em relação aos custo, ele apenas me disse: ‘Há uma pessoa que quer fazer esse gesto’. Acho que estamos diante de um precedente sem precedentes”, concluiu Makrickas, afirmando que Francisco “é o primeiro Papa na história que pagou pelo próprio túmulo, ou pelo menos que pensou nisso de forma autônoma”. (ANSA).