
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diz que não há risco de recessão no Brasil. Não sei exatamente dá onde vem o otimismo do ministro, pois há fatores internos e externos capazes de desacelerar a economia brasileira. Embora o Brasil possa sair menos machucado da guerra tarifária entre EUA e China, segundo avaliação de grandes bancos de investimentos, isso não significa que não haja riscos para nós.
Pelo contrário, um cenário de incertezas globais, marcado por um mundo menos globalizado e mais fragmentado, traz diminuição do crescimento mundial. Uma guerra comercial envolvendo as duas superpotências econômicas é considerada um risco sistêmico, com capacidade de influenciar negativamente a economia de outros países.

Além disso, há riscos internos, principalmente do lado fiscal. A dívida bruta segue em trajetória de alta, o resultado primário no campo negativo, e o próprio governo já deixou claro que reforma fiscal apenas em 2027. Diga-se de passagem, o cenário é parecido com aquele do governo Dilma, cujo desfecho foi a maior recessão da história do Brasil.