
Na última quarta-feira (23), a companhia aérea Voepass entrou com um pedido de recuperação judicial na Justiça de São Paulo. Este pedido ocorre oito meses após um trágico acidente em Vinhedo, que resultou na morte de 62 pessoas, abalando profundamente a empresa e o setor aéreo. O pedido de recuperação judicial revela uma dívida de R$ 209 milhões, mas, ao incluir débitos fora do processo, o passivo totaliza R$ 420 milhões. A Voepass atribui a crise à sua parceira comercial, a Latam, alegando que esta é a principal responsável pela situação financeira crítica que levou ao pedido de recuperação.
Esta não é a primeira vez que a Voepass busca recuperação judicial. Entre 2012 e 2017, a empresa conseguiu reestruturar suas finanças e operações, superando desafios significativos. No entanto, o cenário atual se mostra ainda mais desafiador. Desde março, a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) suspendeu as operações da companhia devido a irregularidades e falta de segurança. Essa suspensão resultou em 30 dias sem voar, forçando a VO Paz a demitir parte de seus funcionários, o que agravou ainda mais a situação financeira e operacional da empresa.

A parceria com a Latam, iniciada em 2014, evoluiu para uma relação de dependência que se intensificou ao longo dos anos. Em 2023, um novo acordo permitiu à Latam comprar com exclusividade a capacidade dos voos operados pela Voepass, assumindo controle comercial total, incluindo a venda de passagens e a definição de rotas. A Voepass alega que, apesar de operar os voos, não tinha mais controle sobre suas operações, o que contribuiu para a crise atual. Além disso, a Latam teria concedido um empréstimo de R$ 121 milhão em troca de cláusulas de controle da empresa, intensificando a crise enfrentada pela Voepass.
*Com informações de Bruno Meyer
*Reportagem produzida com auxílio de IA