Jornal revela passado nazista de parentes de tenista Thiago Wild

Um integrante do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o Partido Nazista, um membro da Juventude Hitlerista e um médico das tropas nazistas durante a segunda guerra: o jornal O Globo detalhou, em uma reportagem divulgada neste domingo (4), a ligação dos parentes de Thiago Wild, o tenista brasileiro que surpreendeu em Roland Garros ao vencer Medvedev, e é acusado de violência doméstica pela ex-mulher, Thayane Lima. 
A ligação foi revelada pelo próprio Wild a Thayane, no início do relacionamento, como revelam prints divulgados pela influenciadora. No diálogo, ele afirma que a família “por parte de mãe é nazista literalmente”. “O meu bisavô, pai do pai da minha mãe, era o antecessor do Hitler. Foi ele quem trouxe o dito da Áustria, ensinou a vida pro Hitler” (sic), disse. 
 
Já eliminado do Grand Slam na França, ele evitou entrevistas e não quis responder aos questionamentos sobre as agressões relatadas pela ex-esposa.  
 
A história começa, na verdade, com o tataravô de Wild, Dietrich Klagges. O alemão foi um dos primeiros integrantes do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, conhecido como Partido Nazista. 
Segundo o jornal, ele pode ser ligado a Hitler em mais de uma passagem: entre as décadas de 1930 e 1940, quando era primeiro-ministro do Estado que deu a Hitler a naturalização alemã – foi isso que o permitiu concorrer à presidência. Ele cuidou pessoalmente do processo, segundo uma entrevista de Ingrum, sua filha, à Revista Oeste, em 1993. 
– Meu pai entrou no caso e designou Hitler como funcionário da representação do Estado de Braunschweig em Berlim. Se bem me lembro, deu-lhe o cargo de adido cultural. Assim, Hitler tornou-se cidadão de Braunschweig e, automaticamente, cidadão alemão, e pôde se candidatar a presidente da Alemanha em 1932 – disse.
Antes de se casar com Fridriech Seyboth, Igrun Klagges, filha de Dietrich, pertenceu à Juventude Hitlerista. A casa do político influente recebia frequentemente visitas de nomes importantes do Reich, como Joseph Goebbels, ministro da Propaganda; Heirich Himmler, o chefe da SS, a polícia nazista, além do próprio Hitler. 
A documentação teria sido guardada como uma relíquia pela mulher, segundo dito na entrevista datada da década de 1990. 
– Até hoje tenho a documentação, os emblemas… Guardei-os como recordação. Eles são uma raridade
Ingrun e Seyboth, que nasceu no Brasil, se casaram em 1944, em Berlim, e se mudaram para o Brasil na década de 1950. Muito antes disso, ele já havia atuado como médico das tropas nazistas na Segunda Guerra. 
No Paraná, eles se tornaram uma família de muita influência, e eram frequentemente apontados como agentes infiltrados no Brasil. Em um livro lançado em 1974, Ladislas Faragó, jornalista e escritor húngaro publicou o livro “Aftermath”, que colocava os membros da família do tenistas como muito próximos de Hitler, mas a obra caiu em descrédito nos anos seguintes por inconsistências nas informações de sua principal fonte. 
Em nota à imprensa, Wild afirmou que vai adotar medidas judiciais diante das revelações, e que ele e seus pais não concordam com posturas “racistas, nazistas e homofóbicas”.
Leia na íntegra
Os prints publicados pelo jornal O Globo tanto na edição impressa de hoje (3/6) quanto ontem no site www.oglobo.com.br induzem os leitores a um entendimento errôneo sobre posicionamentos meus e de minha família.

Eu e meus pais jamais tivemos ou concordamos com quaisquer posturas racistas, nazistas ou homofóbicas e repudiamos veementemente a campanha difamatória em curso.

Medidas judiciais serão adotadas imediatamente.

Thiago Wild
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