
Giuliana Omena usou as redes sociais para relatar agressões. Um Boletim de Ocorrência foi registrado pelos crimes de violência psicológica e patrimonial. A Polícia Civil investiga o caso. Giuliana Omena, empresária alagoana, denunciou ex-marido por agressões
Reprodução/Redes Sociais
A defesa da empresária alagoana Giuliana Omena, que fugiu do país com medo de morrer e denunciou o ex-marido por agressões, informou que ela nunca teve acesso às contas pessoais e ao dinheiro da empresa enquanto esteve no relacionamento com o também empresário Igor Fabiano Santana. O caso ganhou repercussão nacional após Giuliana publicar vídeos nas redes sociais com a denúncia.
Ao g1, a advogada Amanda Montenegro informou que apenas uma conta estava no nome da empresa. Ela explicou que Igor se apresentava para gerentes de banco como o responsável pela empresa e que ele tinha acesso aos aplicativos das contas bancárias.
“Ela sequer tinha a senha do aplicativo para acessar a conta dela. Ele não permitia que ela tivesse acesso aos cartões. Ficavam na posse dele e ela não conseguia usar. Os valores em espécie que a loja recebia, ficava no cofre e ele não permitia que ela tivesse acesso. As transferências por Pix iam para uma conta pessoal dele e da cunhada [dele, que é a gerente]”, disse a advogada.
O g1 tentou contato com a defesa do empresário, mas não obteve retorno até a última atualização desta reportagem.
Giuliana Omena, empresária que denunciou o ex-marido
Reprodução/Instagram
Segundo a advogada, Giuliana chegou a abrir outras contas bancárias, mas elas acabavam sendo “tomadas” pelo marido. Ainda de acordo com a advogada, quando a empresária questionava a venda de bens, compra de imóveis ou quando pedia a senha para ter acesso às suas contas, Igor agia de forma agressiva.
“Tudo o que ela fazia, ele tinha que aprovar. Por exemplo, se ela fizesse a unha, ela tinha que ligar para ele. Aí ele fazia [o pagamento] da conta dela, logado no celular dele, e fazia direto para o estabelecimento. Ia da conta dela para o prestador de serviço. Existem valores que são de ordem pessoal e valores que são da empresa. Inclusive, há uma situação que culminou na separação em 2023 porque havia um rombo de R$ 800 mil na empresa”, contou Amanda.
Amanda também relatou que Igor entregava constantemente documentos para Giuliana assinar, mas sem permitir que ela lesse. Entre esses documentos estava um, que a empresária não soube informar qual, que integrava Igor como sócio da empresa. Isso, segunda a defesa de Giuliana, aconteceu em 2023.
“Alguns imóveis ele [Igor] chegou a colocar no nome dela [Giuliana]. Ele entregava os documentos para ela assinar, mas não permitia que ela lesse. Ele era sempre agressivo. Ele comprava um apartamento, alugava, e ele não deixava ela ter acesso [aos valores do pagamento do aluguel]. Ele é 10 anos mais velho que a Giuliana, querendo ou não, ele já tinha muito mais vivência e manipulou a situação. Há 16 anos ele vem manipulando essa situação”, disse a advogada.
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Traições e agressões
Segundo Giuliana, durante o tempo que passou com Igor ela sofreu traições e teve que conviver com outras mulheres dentro da casa do casal.
“Ainda houve dezenas e dezenas e dezenas de traições. Eu já entrei no meu apartamento e encontrei o meu ex-marido com uma mulher dentro da minha casa. Meu ex-marido já teve a coragem de levar suas amantes para dentro da loja, que era minha e dele. De levar presentes da minha loja. Enfim, eu poderia passar muitas horas falando sobre tudo o que eu vivi”, desabafou a empresária.
Trechos da conversa da empresária Giuliana Omena com ex-marido
Arquivo pessoal
Giuliana disse também que as agressões passaram a ser constantes e que Igor a maltratava na frente de amigos e de funcionários.
“Ele quebrou o meu escritório enquanto a minha loja estava aberta, em pleno funcionamento. Todos os meus colaboradores ouviram o que aconteceu. Clientes ouviram os chutes e socos na porta e a gerente da minha loja, que é familiar do meu ex-marido, disse que estávamos tendo uma obra. E eu só pensava que não queria passar vergonha de, depois de tantos anos trabalhando e me dedicando, eu não queria que uma viatura chegasse na porta da minha loja e levasse [ele] preso”, informou.
Investigações
A delegada Ana Luíza Nogueira, responsável pelas investigações, disse que a vítima fez um Boletim de Ocorrência pela internet pelos crimes de violência psicológica e violência doméstica e que um inquérito foi aberto para apurar o caso.
“A partir do B.O. já determinei a investigação policial e todas as etapas vão ser cumpridas, inclusive a escuta da vítima, com toda a coleta de provas. Mas é preciso ter um lastro comprobatório relevante, até para um eventual condenação do autor no âmbito do Poder Judiciário”, explicou a delegada.
Giuliana Omena
Reprodução/Instagram
Polícia Civil abre inquérito para investigar denúncia de empresária contra ex-marido
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