
O republicano afirmou nesta quinta-feira que os EUA têm se reunido com os chineses para tratar de tarifas. O governo da China, porém, alegou que não houve discussões para aliviar a guerra comercial em curso. O presidente dos EUA, Donald Trump, participa de uma reunião bilateral com o presidente da China, Xi Jinping, durante a cúpula dos líderes do G20 em Osaka, Japão, 29 de junho de 2019.
REUTERS/Kevin Lamarque/Foto de arquivo
O presidente Donald Trump afirmou nesta quinta-feira (24) que as negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China estão em andamento, refutando as alegações chinesas de que não houve discussões para aliviar a guerra comercial em curso.
“Eles tiveram uma reunião esta manhã”, disse Trump a jornalistas, recusando-se a informar a quem ele estava se referindo. “Não importa quem seja ‘eles’. Podemos revelar isso mais tarde, mas eles tiveram reuniões esta manhã, e nós temos nos reunido com a China.”
A China afirmou nesta quinta que não havia realizado negociações comerciais com Washington, apesar dos comentários repetidos do governo dos EUA sugerindo que houve tratativas.
“A China e os EUA não realizaram consultas ou negociações sobre tarifas, muito menos chegaram a um acordo”, disse a jornalistas o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Guo Jiakun. Para ele, o relatos sobre essas informações são “notícias falsas”.
As declarações contraditórias de Washington e Pequim destacam a comunicação tensa e a incerteza que definem a atual guerra comercial. O cenário acrescenta volatilidade aos mercados globais e prolonga a dor econômica em ambos os lados.
Empresas norte-americanas enfrentam custos elevados de importação, enquanto exportadores chineses estão sendo pressionados pela queda da demanda dos EUA.
Queda nas tensões?
Trump e o secretário do Tesouro, Scott Bessent, indicaram nesta semana que pode haver uma diminuição nas tensões com a China.
Na quarta-feira (23), Bessent disse que as tarifas excessivamente altas entre os EUA e a China precisarão ser reduzidas antes que as negociações comerciais possam prosseguir.
Ele também destacou que essa redução nas taxas seria necessária para que as duas maiores economias do mundo reequilibrassem seu relacionamento comercial.
A Casa Branca impôs no início deste mês tarifas de 145% sobre produtos chineses, o que levou Pequim a responder com tarifas próprias e a aumentar as restrições sobre exportações de minerais críticos para os Estados Unidos.
Entenda a escalada da guerra tarifária
A guerra tarifária se intensificou no dia 2 de abril, quando Trump detalhou as chamadas tarifas recíprocas, de 10% a 50%, sobre mais de 180 países. Na ocasião, ele também individualizou taxas para países com os quais os EUA têm maiores déficits comerciais. As tarifas chegaram a até 50%.
A partir de então, o principal foco ficou na guerra comercial entre EUA e China. Como resposta ao “tarifaço”, os chineses retaliaram os norte-americanos com taxas extras de 34% (da mesma magnitude) sobre os produtos importados do país. A partir de então, houve uma escalada nas alíquotas.
A falta de um acordo fez os EUA chegarem a uma taxa de 145% sobre produtos importados da China. Os asiáticos responderam com taxas de 125% sobre itens americanos, além de outras medidas, como a ordem para que companhias aéreas não recebam mais jatos da empresa americana Boeing.
No dia 11 de abril, o governo Trump também isentou smartphones, laptops e outros eletrônicos do leque das tarifas recíprocas, conforme divulgação da Alfândega e Proteção de Fronteiras dos EUA.
Com a decisão, esses produtos ficam de fora das tarifas de 145% impostas à China, principal polo de produção de eletrônicos como o iPhone, e da alíquota de 10% aplicada à maioria dos outros países.
No dia 13 de abril, Trump disse que a cadeia de eletrônicos não está sendo liberada de seu tarifaço, e destacou que o governo está analisando sua mudança apenas para uma nova categoria de tarifas.
* Com informações da agência Reuters.