O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (24) que defender a deputada Érika Hilton (PSOL), que teve o gênero alterado sem consentimento em um visto norte-americano, é também uma forma de defender a soberania do Brasil.
Na véspera, Érika se reuniu com o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, para cobrar uma resposta oficial do governo. Após o encontro, no entanto, a parlamentar avaliou que a reunião ficou aquém do que esperava.
“Eu senti que estava um pouco fragilizada a questão com o Itamaraty¨, disse a deputada.
Em agenda, nesta quinta, Érika tratou do tema diretamente com Lula.
“O presidente se mostrou muito indignado, disse que nós não podemos aceitar essa medida, que é preciso sim um posicionamento público de estado”, completou.
Conforme apurou a CNN, a diplomacia brasileira vê dificuldades em se posicionar sobre o caso, já que não é possível exigir que leis brasileiras sejam aplicadas em território estrangeiro.
Depois do pedido pessoal ao presidente, o governo deve emitir um posicionamento oficial.
“Eu falei com o ministro, hoje, que tem que ter uma nota mostrando a inconformidade do Brasil com a ingerência de uma embaixada no passaporte de uma brasileira. Você não foi pedir mudança de sexo, foi pedir passaporte para fazer uma viagem aos Estados Unidos. Era isso que eles deveriam ter dado. E defender isso é defender a soberania brasileira”, disse Lula.
Erika Hilton foi convidada para palestrar em evento realizado na Universidade de Harvard e no Instituto de Tecnologia de Massachusett (MIT, na sigla em inglês) e afirmou que se surpreendeu ao receber a alteração de seu visto. Ela desistiu da viagem após o episódio.
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