SÃO PAULO, 25 ABR (ANSA) – Por Renan Tanandone – Carente de um ídolo no tênis desde a aposentadoria de Gustavo Kuerten, tricampeão de Roland Garros, o Brasil deposita agora suas esperanças no jovem de 18 anos João Fonseca, cujas boas atuações em 2025 fizeram explodir o chamado “fonsequismo” no país.
Campeão do ATP 250 de Buenos Aires e elogiado por estrelas da modalidade, o carioca, atual número 65 do mundo, reconfigurou a forma de a torcida brasileira ver tênis, transformando quadras em verdadeiros caldeirões e reaproximando a nação das raquetes.
Em entrevista à ANSA, o presidente da Confederação Brasileira de Tênis (CBT), Alexandre Farias, disse ver com “entusiasmo e orgulho” a ascensão de Fonseca, “que vem encantando o mundo com seu talento, carisma e determinação”.
“Ver um atleta brasileiro ganhar projeção internacional é sempre motivo de celebração, mas quando se trata de alguém que trilhou os caminhos do desenvolvimento esportivo dentro de nossa estrutura, o sentimento é ainda mais especial”, acrescentou Farias.
Para o chefe da CBT, o sucesso do jovem de 18 anos pode estimular o surgimento de novas promessas, sobretudo devido ao aumento no número de praticantes do esporte nos últimos meses.
“Essa onda do ‘fonsequismo’ é bem-vinda, muito boa, e é só o início dela. Quando aparece um ídolo, ele atrai olhares e a mídia, então as aulas aumentaram em todos os níveis. O tênis está entrando em todas as camadas sociais”, declarou o professor de tênis Wilson Maciel, que dá aulas na cidade de Sumaré, no interior de São Paulo.
Segundo o instrutor de 57 anos, o “boom” do tenista “movimentou toda uma cadeia”, incluindo as vendas de bolas, raquetes e roupas esportivas. Para Maciel, Fonseca caiu nas graças dos torcedores não apenas por sua qualidade em quadra, mas também por ser uma pessoa “acessível e educada”.
Já Ynara Costa, uma das lideranças do Movimento Verde Amarelo e do “ElasnoMVA”, expressou otimismo com o crescimento do “fonsequismo” e disse acreditar que o Brasil terá em breve um tenista entre os 10 melhores do mundo.
“O crescimento do ‘fonsequismo’ é legal e a torcida está crescendo muito, ele tem todo o potencial para se tornar um ídolo. Eu peguei a era do Guga, e foi muito legal ter um ídolo no tênis, até porque o brasileiro baseia seus ídolos no futebol masculino, que não vem dando alegrias”, afirmou Costa, acrescentando que o tenista pode alcançar outras jovens estrelas do esporte brasileiro, como a skatista Rayssa Leal e a ginasta Rebeca Andrade.
Após ter passado um período ausente dos torneios, Fonseca disputa o Masters 1000 de Madri, na Espanha, e enfrentará o americano Tommy Paul, número 12 do mundo, na segunda rodada.
Após a competição na Espanha, o brasileiro deve jogar o Masters 1000 de Roma e o Grand Slam de Roland Garros. (ANSA).