A equipe médica que cuida de Jair Bolsonaro (PL) no Hospital DF Star, em Brasília (DF), divulgou um boletim nesta sexta-feira, 25, sobre o estado de saúde do ex-presidente. Apesar de ter sofrido uma piora clínica com elevação das enzimas hepáticas e da pressão arterial, o político está estável e não precisará passar por novos procedimentos.
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De acordo com o boletim médico, Bolsonaro passou por uma tomografia de tórax e abdômen, além de terem sido tomadas medidas para controle das alterações dos exames laboratoriais do fígado.
Foi informado pela equipe médica que o quadro do ex-presidente é “compatível com uma evolução normal do pós-operatório”. Bolsonaro segue na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) em jejum oral, sem previsão de alta e com a recomendação de não receber visitas.
Em contato com a IstoÉ, a hepatologista Maira Marzinotto, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comenta que no geral, o quadro de elevação das enzimas hepáticas — do fígado — são alterações em dosagens que sugerem uma inflamação ou lesão no órgão.
De acordo com a médica, vírus, como os causadores de hepatites, dengue ou herpes, alguns medicamentos, condições genéticas, acúmulo de gordura no fígado e o consumo de bebidas alcoólicas podem causar a elevação das enzimas hepáticas.
Maira aponta que algumas doenças indicadas pela elevação das enzimas hepáticas podem, em casos graves, fazer o fígado perder função.
“Se [um paciente] usa álcool de forma crônica, tem as enzimas alteradas por mais de seis meses, esse quadro persistente, ao longo dos anos, pode levar ao acúmulo de células inflamatórias no fígado”, explica a médica, acrescentando que a situação pode evoluir para um fígado fibrótico, o “caminho” para cirrose.
A hepatologista aponta que, caso haja uma elevação das enzimas hepáticas em exames, é importante ir ao médico para entender o motivo que causou essa alteração.