Ex-congressista filho de brasileiros foi declarado culpado por fraude e falsidade ideológica. Eleito pelo Partido Republicano, perdeu seu mandato em 2023 após ter mentido copiosamente durante a campanha eleitoral.O polêmico ex-deputado republicano George Santos, filho de imigrantes brasileiros que se alçou à política nos Estados Unidos, foi condenado nesta sexta-feira (25/04) pela Justiça americana a sete anos de prisão.
Santos se elegeu à Câmara dos Representantes com um currículo inventado e pouco depois passou a enfrentar uma série de acusações por fraude e uso irregular de dinheiro de campanha, entre outras suspeitas.
Com seu mandato cassado em 2023, ele se declarou culpado por fraude eletrônica federal e falsidade ideológica em agosto de 2024. Santos admitiu ter enganado seus doadores e se apropriado da identidade de uma dezena de indivíduos, incluindo membros de sua própria família, para financiar sua campanha.
O filho de brasileiros de 36 anos selou um acordo judicial no qual aceitou pagar em torno de 580 mil dólares em multas e cumprir pena de prisão. A sentença da juíza Joanna Seybert, do tribunal de Long Island, condenou Santos a 87 meses de detenção, atendendo ao pedido dos promotores.
Carreira construída sobre mentiras
A promotoria afirmou que o ex-deputado não demonstrou ou arrependimento ou remorso genuíno em relação aos crimes que cometeu, apesar da carta que enviou ao tribunal nesta semana, na qual se disse profundamente arrependido pelos crimes, e reclamou que a pena proposta pela promotoria era severa demais.
Os promotores, contudo, mencionaram postagens recentes do republicano em redes sociais nas quais ele diz ser vitima de abusos pior parte da promotoria.A defesa pediu dois anos de prisão, que é a sentença mínima para o crime de roubo de identidade qualificado, alegando essa punição seria comparável a condenações anteriores aplicadas ao ex-deputado Jesse Jackson Jr. e outros políticos americanos condenados por crimes semelhantes.
Eleito em novembro de 2022, Santos logo foi acusado de inflar seu currículo e construir sua carreira política em cima de mentiras. Ele mentiu que era neto de sobreviventes do Holocausto, que a mãe escapou da morte durante os ataques às Torres Gêmeas em Nova York e que era judeu.
O ex-político tampouco trabalhou em Wall Street ou estudou na Universidade de Nova York (NYU), além de ter omitido que respondia a um processo por fraude no Brasil, de onde fugiu sem prestar contas.
rc/av (DW, ots)