Foto de Trump e Zelensky em funeral do Papa alimenta esperanças

VATICANO, 26 ABR (ANSA) – A foto que mostra os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, conversando frente a frente na Basílica de São Pedro, sentados em simples cadeiras e sem a presença de assessores, entrará para a história como um dos momentos mais marcantes do funeral do papa Francisco, sepultado neste sábado (26).   

O breve diálogo de cerca de 15 minutos ocorreu antes da missa exequial do finado pontífice, que serviu como uma espécie de palco informal para tentativas de avançar nas negociações pela paz na Ucrânia, teatro de uma guerra iniciada pela Rússia há mais de três anos e que sempre foi condenada de forma incisiva por Francisco.   

Já viral na internet, a foto contrasta com a desastrosa reunião de Trump e Zelensky na Casa Branca em fevereiro passado, quando os dois líderes discutiram diante de câmeras de TV que transmitiam ao vivo para o mundo todo, embora ainda seja cedo para dizer se a conversa deste sábado produzirá resultados concretos.   

“Foi um bom encontro, tivemos tempo de discutir muito a dois.   

Esperamos que tudo o que foi dito produza resultados: proteger a vida de nosso povo e um cessar-fogo completo e incondicional”, disse Zelensky, acrescentando que a reunião tem potencial de se tornar “histórica”. A Casa Branca, por sua vez, afirmou que o diálogo foi “muito produtivo”.   

Além do cara a cara bilateral, o americano e o ucraniano também falaram com o premiê do Reino Unido, Keir Starmer, e o presidente da França, Emmanuel Macron, que lideram os esforços na Europa para oferecer garantias de segurança a Kiev.   

Mais tarde, o presidente da Ucrânia ainda se reuniu com a premiê da Itália, Giorgia Meloni, que destacou o “enorme significado” da imagem de Zelensky e Trump conversando no funeral do “Papa da paz”.   

Mas se é verdade que a guerra na Ucrânia foi um tema premente na despedida de Francisco, também é fato que o outro lado do conflito não participou da conversa. Alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI) de Haia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, enviou ao Vaticano sua ministra da Cultura, Olga Lyubimova, ao mesmo tempo em que Moscou anunciava a retomada completa da região de Kursk, informação negada por Kiev.   

Coincidência ou não, após a conversa com Zelensky, Trump publicou nas redes sociais que Putin “não tem motivos para disparar mísseis contra áreas civis e cidades”. “Isso me faz pensar que ele não quer acabar com a guerra, está apenas me enrolando, e deve ser tratado de forma diferente, por meio de sanções bancárias ou secundárias”, acrescentou. (ANSA).   

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