Guilherme Amado: Jornal da família Collor escondeu prisão do ex-presidente

A prisão de Fernando Collor repercutiu amplamente na imprensa nacional e foi notícia em jornais e portais de países como Argentina, Chile, Uruguai, Equador, Peru e Espanha, mas um veículo brasileiro em específico não deu atenção ao assunto: a Gazeta de Alagoas, controlada pela família Collor por meio da Organização Arnon de Mello, entidade que leva o nome do pai do ex-presidente.

Desde a noite de quinta-feira, 24, quando Alexandre de Moraes mandou prender Collor para cumprir pena por corrupção em um processo da Lava Jato, a única menção à prisão do ex-presidente e ex-senador no veículo foi na manchete da edição da sexta-feira, 25.

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O título, providencialmente, não citou o nome do ex-presidente ou a palavra “prisão”: “Barroso marca para hoje sessão do Pleno do STF para analisar decisão de Moraes”. O subtítulo afirmava que o ministro do STF mandou prender Collor em decisão monocrática, ou seja, individual, “antes mesmo do julgamento de recursos dele no plenário”.

A edição trouxe a ordem contra Collor somente na manchete, sem uma reportagem dentro do jornal que tratasse da pauta.

Depois que o ex-presidente foi detido, na manhã da sexta, a Gazeta de Alagoas não voltou a abordar o assunto, mesmo que lateralmente, seja em seu site ou na sua edição de fim de semana.

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