Trump e Zelensky teriam discutido ‘Crimeia’ no Vaticano

ROMA, 30 ABR (ANSA) – O portal de notícias americano Axios reconstruiu com detalhes o conteúdo da conversa presencial entre o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e seu homólogo na Ucrânia, Volodymyr Zelensky, antes do funeral do papa Francisco no Vaticano no último 26 de abril.   

Segundo o relato, Zelensky teria reforçado que não irá reconhecer a Crimeia como território russo, enquanto Trump deixou claro que não pediria isso a ele, já que o reconhecimento deve vir dos EUA e não da Ucrânia.   

Ainda de acordo com a mídia, o chefe de Estado de Kiev também teria dito ao líder de Washington não ter medo de fazer concessões para acabar com a guerra, mas que precisava de garantias de segurança suficientemente fortes.   

Zelensky também teria reiterado que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não irá ceder a não ser que Trump faça mais pressão sobre Moscou. Como resposta, o americano teria comentado que talvez tenha que mudar sua abordagem em relação ao russo, como ele mesmo chegou a declarar posteriormente em seu perfil no Truth.   

O ucraniano também teria insistido em sua proposta inicial de cessar-fogo incondicional como ponto de partida para as negociações de paz, mas que foi rejeitada pela Rússia. Durante a conversa, Trump pareceu concordar.   

Antes do encontro, cuja foto tornou-se um símbolo de esperança de paz durante o funeral do Papa, os assessores de Zelensky estariam divididos se ele deveria tentar conversar com Trump, tendo como base o bate-boca entre os líderes em 28 de fevereiro no Salão Oval em Washington, transmitido ao vivo à imprensa.   

“Alguns assessores demonstravam nervosismo”, diz o portal, que acrescentou que o mandatário de Kiev decidiu arriscar uma nova aproximação presencial – a primeira após a briga – por “sentir ter conseguido mudar a percepção de Trump a respeito de Putin”.   

O Axios ainda disse que a ideia inicial da Ucrânia seria conversar após a cerimônia fúnebre, mas Zelensky e o americano acabaram se encontrando antes do funeral e procuraram um local isolado para a reunião, onde duas cadeiras simples, posicionadas frente a frente, lhes foram concedidas.   

A Casa Branca não confirmou nem negou a reportagem do Axios sobre a conversa entre os líderes. Já um porta-voz de Zelensky se recusou a comentar o conteúdo da reunião. (ANSA).   

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