Por que há tanta fumaça no céu de BH? Veja como a névoa se forma


Pelo terceiro dia consecutivo, BH está sob uma densa camada de fumaça. Período de estiagem e queimadas agravam a situação. Veja como a névoa se forma
Reprodução/TV Globo
Pelo terceiro dia consecutivo, Belo Horizonte amanheceu nesta quarta-feira (4) sob muita fumaça.
Mas por que há tanta névoa na capital mineira? Especialistas afirmam que a estiagem prolongada ajuda a formá-la e as queimadas agravam ainda mais a situação.
Especialistas explicam porque há tanta fumaça em BH
Além disso, os meteorologistas dizem também que no período seco é comum ter a atuação de um sistema de alta pressão.
O ar se desloca para baixo e impede que os poluentes se dispersem, aumentando a concentração que fica na parte baixa atmosfera. É como se existisse uma tampa impedindo essas partículas de se dissiparem.
Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), neste ano, a situação ficou pior com os frequentes bloqueios atmosféricos, que não deixam a chuva se aproximar. Outro agravante são as queimadas.
“Além disso a gente tem essa série de incêndios. Então a gente tem aí dentro desse sistema meteorológico, que facilita a concentração de poluentes, a gente tem ainda uma inserção de poluentes maior nessa baixa camada da atmosfera, então dá essa composição de que a atmosfera fica como se fosse restrita, com muita fumaça e cada vez a concentração fica maior”, explicou o meteorologista do Inmet Lizandro Gemiacki.
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Faz mais de 60 anos que Belo Horizonte não fica tanto tempo sem ver uma gota de chuva. Já são 137 dias seguidos de secura.
Segundo o Inmet, há somente registro de um período maior do que esse de estiagem em 1963, quando BH bateu o recorde de 198 dias sem chover.
A notícia ruim é que não há perspectiva de chuva para nenhuma região mineira pelas próximas três semanas.
Nesse cenário de mudanças climáticas, a engenheira ambiental Elizabeth Ibrahim faz um alerta, que nem é tão novo assim, mas que tem sido cada vez mais urgente: é preciso que haja mais harmonia entre o espaço urbano e a natureza.
“Nós temos poucas áreas verdes para o tamanho desta cidade e nós temos mais ainda um outro gargalo, que é a conservação do que temos de áreas verdes. Se nós não temos um equilíbrio do que temos com o que falta ter, nós vamos ter esse ambiente mais quente, uma verticalização, as construções civis elas diminuem muito as temperaturas mais amenas, ou seja, elas ficam mais altas, locais mais quentes.”
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