Treze são indiciados por extorquir R$ 100 mil de família com trama que indicava dívida a ser quitada em SC


Imagens de mensagens mostram ameaças feitas às vítimas: ‘Consegues fazer isso já? Se falar que não, vais pagar’, diz um dos textos divulgados pela polícia. Família era extorquida por mensagens de áudio e vídeo
Treze pessoas foram indiciadas por extorquir uma família de Criciúma, no Sul de Santa Catarina, e levar cerca de R$ 100 mil das vítimas após reiteradas ameaças de morte via aplicativo de mensagens, segundo a Polícia Civil. Eles também foram indiciados por organização criminosa.
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O delegado Yuri Miqueluzzi, que esteve à frente da investigação, explica que os criminosos articularam uma trama para envolver os familiares, indicando que havia uma dívida a ser quitada. Essa dívida não existia.
“Uma dívida inventada com engenharia social para levar a crer na veracidade. Um engodo. Criaram esta história, com alguns dados verdadeiros, para ameaçar e coletar dinheiro das vítimas”, explicou.
As ameaças eram feitas por áudios e vídeos, e incluíam indicativos de torturas às vítimas. Um integrante da organização aparece, inclusive, mandando uma mensagem em um vídeo, divulgado pela Polícia Civil.
“Avisa aquela cadela daquela mulher que eu vou aceitar as parcelas de treze e meio, só que é todo o mês, cara, sem atraso”, narra, enquantro mostra uma casa com luzes apagadas (assista no topo da reportagem). A polícia não informou para quem o registro foi enviado.
Outras imagens mostram algumas das mensagens recebidas pelas vítimas. “Consegues fazer isso já? Se falar que não, vais pagar. Te garanto”, diz uma das ameaças (veja abaixo).
Vítimas receberam ameaças via aplicativo de mensagens
Polícia Civil/ Divulgação
Conforme Miqueluzzi, os criminosos conseguiram algumas informações sobre a família e passaram a usá-la como alvo dos crimes. As vítimas são de Criciúma, sendo que algumas estão morando no exterior. A quantidade de pessoas afetadas não foi divulgada, assim como outros detalhes da trama.
Prejuízos
A ação durou alguns meses, conforme o investigador, e só parou quando a família procurou a polícia, em novembro de 2023.
Durante o período, foram realizados diversos pagamentos creditados em várias contas bancárias, segundo a polícia. Os criminosos também coagiram a família para que constituíssem procuração pública para transferência de um imóvel aos criminosos.
“A procuração foi feita, porém, houve tempo hábil para formalizar sua revogação e impedir qualquer transação ou transferência”, disse Miqueluzzi.
Investigação
A investigação, segundo a Polícia Civil, durou dezoito meses e identificou três pessoas como sendo autores diretos das extorsões – elas estabeleciam contatos com as vítimas e articulação com o grupo criminoso. Outras 10 pessoas recebiam os valores ilícitos em suas contas bancárias.
Dos treze indiciados, onze possuem histórico criminal com passagem pelo sistema prisional gaúcho. O inquérito policial foi remetido ao Ministério Público de Santa Catarina e ao Poder Judiciário.
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