VATICANO, 1 MAI (ANSA) – Considerado uma estrela em ascensão do catolicismo e supostamente o “favorito” do papa Francisco, o cardeal francês Jean-Marc Aveline, arcebispo de Marselha, é um dos nomes cotados para assumir o trono de Pedro.
O religioso é conhecido por sua sensibilidade à temas caros a Jorge Bergoglio, como questões migratórias e diálogo inter-religioso, principalmente por sua atuação na cidade portuária, onde há uma intensa movimentação de pessoas que fogem de seus países de origem.
Nascido em 1958 na Argélia, o religioso cresceu em um bairro operário de Marselha e, em 1977, ingressou no seminário interdiocesano de Avignon, onde cursou o primeiro ciclo de teologia, disciplina na qual obteve o doutorado em 2000 no Institut Catholique. O reconhecimento acompanha o título de bacharel em filosofia obtido na universidade Paris-Sorbonne (Paris I e Paris IV).
Em 2019, após uma longa jornada espiritual, tornou-se arcebispo metropolitano e, três anos depois, foi nomeado cardeal por Francisco.
Os apoiadores de Aveline destacam seu caráter bem-humorado, sua semelhança física com o papa Angelo Giuseppe Roncalli, o João 23, e sua proximidade com a linha Bergoglio, graças ao relacionamento próximo que ele conseguiu construir com o último pontífice ao longo dos anos.
Entre as principais aptidões do francês estão, sem dúvida, o diálogo intercultural e inter-religioso com as regiões ribeirinhas do Mediterrâneo e a atenção aos migrantes.
Inclusive, seu nome está entre os possíveis candidatos que, de diferentes maneiras, poderiam assumir um papel unificador entre as diversas almas do conclave: um progressista que também saberia agradar aos conservadores.
Criado espiritualmente em uma cidade como Marselha, tão rica quanto complexa, Aveline enraíza seu pensamento teológico na vida concreta, na proximidade com aqueles que sofrem e vivem à margem.
A vocação provavelmente também foi influenciada pela história pessoal do cardeal que, nascido na Argélia, foi exilado com sua família “pied-noir” quando tinha apenas quatro anos e se estabeleceu na França. Essa sensação de desenraizamento vivida em primeira mão certamente contribuiu para criar uma “identidade plural” aberta aos outros.
Recentemente, ele foi eleito presidente da Conferência Episcopal Francesa, confirmando a estima e a confiança que conquistou no país. Após a terrível crise de abusos sexuais que abalou a igreja na França, os bispos o escolheram como líder e pastor missionário de uma igreja que quer se erguer novamente.
“Não tenham medo!”, foi a mensagem que ele transmitiu à assembleia plenária imediatamente após sua eleição. Segundo os principais observadores do Vaticano, sua idade, 66 anos, é um fator relevante, pois poderia resultar em um longo pontificado caso seja eleito. No entanto, o fato de ele não falar bem italiano pode pesar contra sua eleição como papa. (ANSA).