
Uma cadela, uma jovem de 14 anos, um treinador e uma veterinária unidos pela paixão de fazer do mundo um lugar melhor. Esse é o resumo da história com final feliz que deve ser propagada de maneira incessante. Sim, a Border Collie mais cara do mundo é brasileira e faz parte do Service Dog. Aisha foi vendida por 75 mil dólares (cerca de R$ 426 mil) e representa mais que um número. Ela é a ponta de um iceberg de dedicação, empatia e propósito que une os sonhos de dois brasileiros visionários, que enxergam a interação entre cães e humanos como única.
“Ela foi preparada não apenas para competir nas renomadas provas de obediência da American Kennel Club (AKC), mas, principalmente, para cumprir uma missão de vida: ser apoio emocional e funcional para uma adolescente de 14 anos nos Estados Unidos que enfrenta transtorno de estresse pós-traumático (TEPT)”, conta Glauco Lima, treinador e especialista brasileiro referência em cães de assistência e alerta médico na América do Sul.
Valor pago pela cadela será revertido em capacitação
Treinada no Brasil, a cadela conquistou o título simbólico de cão mais caro do mundo devido à impressionante formação como Service Dog, ou seja, cão de assistência treinado para transtorno de estresse pós-traumático, que se transforma em símbolo de amor, superação e solidariedade, já que cada centavo investido nela será revertido socialmente.
O cofundador da Sniffers – Cães de Alerta Médico, organização sem fins lucrativos que treina e doa cães de assistência para pessoas em situação de vulnerabilidade, uniu-se à médica veterinária Paloma Pegorer, fundadora do Canil Maison Lapinus, juíza de exposições e CEO da Pets on the Go para viabilizar a negociação e, definitivamente, mudar a vida de uma adolescente americana para sempre.
“Nossa agência atuou como intermediária e fez o processo com verba 100% filantrópica, ou seja, o valor pago será integralmente investido em cursos e programas de capacitação nos Estados Unidos que permitirão a Glauco trazer ainda mais excelência ao Brasil, ajudando mais famílias a terem acesso a cães de serviço de alta performance”, explica Paloma.

Juntos, Glauco e Paloma também são responsáveis por trazer ao Brasil o programa norte-americano Segunda Chance, que resgata cães de abrigos e os treina para novas vidas como animais de assistência. “A maior conquista não é o valor da venda, mas o que ele representa: mais oportunidades de mudar vidas aqui no Brasil”, afirma o treinador.
Para ele, o conhecimento é o maior investimento e precisa ser compartilhado. Prova disso é seu canal no YouTube, que disponibiliza gratuitamente aulas e conteúdo para tutores e adestradores iniciantes. “Posso dizer que essa é uma história de sucesso que começa com uma cadela treinada para o bem, mas que se multiplica em um legado de empatia, coragem e impacto social. Um exemplo vivo de que, quando o amor pelos animais se une à vontade de transformar o mundo, o impossível realmente se torna realidade”, finaliza Glauco.