O ministro Márcio Macêdo, da Secretaria-Geral da Presidência, defendeu a permanência do ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, no cargo em meio ao escândalo de descontos associativos não autorizados em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
“Não tem nada que desabone o ministro, não tem nenhum indício de envolvimento dele. Quem estiver envolvido nesse processo, será punido com o rigor da lei”, afirmou Macêdo durante evento de sindicalistas em comemoração ao Dia do Trabalhador, na zona norte de São Paulo.
Também presente no evento, o chefe do ministério do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, disse que o governo, ao decidir pela permanência de Lupi, está criando condições para o ministro mostrar capacidade de solucionar o problema.
“Hoje tem um novo presidente do INSS, que é a instituição principal para solucionar esses problemas. Então o ministro tem em mãos todas as ferramentas e instrumentos para virar essa chave. Vai depender agora da funcionalidade, da velocidade dessas soluções”, opinou.
Marinho ressaltou que as irregularidades nos descontos associativos já ocorriam desde 2019 e que, depois que o governo do presidente Lula tomou conhecimento, as investigações se tornaram mais rigorosas.
“Quem errou tem que pagar. Os trabalhadores lesados têm que ser restituídos, portanto, toda a determinação do governo para fazer a apuração doa a quem doer. Quem tiver culpa no cartório, que pague”, declarou.
O novo presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, é uma etapa fundamental para o governo Lula conseguir viabilizar o plano de ressarcimento dos aposentados e pensionistas prejudicados pelo esquema de fraude nos pagamentos dos benefícios da Previdência.
O novo titular do órgão foi escolhido na quarta-feira (30) pelo presidente.
Estima-se que mais de R$ 6 bilhões possam ter sido cobrados ilegalmente por associações, sem consentimento de milhões de aposentados e pensionistas, entre 2019 e 2024.
Os dois últimos anos, segundo as investigações, foram os de maior volume de recursos movimentados pela fraude.
Lula não vai a ato de 1º de maio
Lula enviou Macêdo para representá-lo no tradicional ato do dia do trabalhador. Esta é a primeira vez que o presidente não participa do evento de 1º de maio desde que retornou ao Palácio do Planalto.
A aliados, o petista justificou não poder comparecer a mais de um evento na mesma data. Além do ato principal, na capital paulista, sindicatos planejaram festividades para trabalhadores em São Bernardo do Campo.
Nos bastidores, aliados admitiram que a ausência pode aliviar Lula de constrangimentos, como o ato esvaziado de 2024. Com um palanque cheio de políticos, a foto do evento foi marcada pelo público escasso. Na ocasião, Lula fez uma reprimenda pública ao ministro da Secretaria-Geral da Presidência.
*Sob supervisão de Mayara da Paz
Este conteúdo foi originalmente publicado em Ministro substitui Lula em ato de 1º de maio e defende permanência de Lupi no site CNN Brasil.