Brasileiro ‘guardião da Amazônia’ é cogitado para pontífice

VATICANO, 1 MAI (ANSA) – Por Paola Lo Mele – O cardeal brasileiro Leonardo Ulrich Steiner faz parte do grupo de 23 cardeais latino-americanos que escolherão o próximo papa e aparece entre os nomes que podem surpreender no conclave de 7 de maio, com chance de ser eleito para liderar a Igreja Católica Romana.   

Considerado um fiel “guardião da Amazônia” e dos povos indígenas, alinhado com a abordagem ambientalista do papa Francisco, o arcebispo de Manaus defende as uniões civis e destaca o papel “fundamental” das mulheres, que devem estar cada vez mais envolvidas na Igreja.   

A dele é, certamente, uma linha mais progressista aos desafios futuros do catolicismo, que deve levar adiante o legado de Jorge Bergoglio.   

Décimo terceiro de 16 filhos de uma família católica de imigrantes de origem alemã, Steiner nasceu na diocese de Criciúma há 75 anos. Depois de frequentar um seminário dirigido por padres franciscanos, sentiu sua vocação crescer e ingressou na ordem dos Frades Menores, sendo então ordenado sacerdote em 1978.   

Enquanto isso, estudou teologia e filosofia, disciplina na qual obteve a licenciatura e o doutorado na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma. De 1995 a 2003, tornou-se professor e secretário da instituição.   

De volta ao Brasil, em 2005, foi nomeado primeiro bispo prelado de São Félix e, seis anos depois, bispo titular de Tisiduo e auxiliar de Brasília. Durante oito anos ocupou o cargo de secretário-geral da Conferência Episcopal Brasileira.   

Este foi o caminho que o levou a ser nomeado arcebispo metropolitano de Manaus, em 2019, e cardeal em 2022, por vontade de Francisco. Muitos parentes de Steiner se tornaram padres ou freiras: além dele, seu primo também era cardeal.   

Durante os anos da pandemia de Covid-19, diante do negacionismo do governo Bolsonaro, Steiner evitou o confronto verbal direto e confiou a resposta da Igreja às suas ações: “O trabalho que os católicos estão fazendo em Manaus, levando conforto e esperança aos moradores de rua, imigrantes e pobres, é fantástico”.   

Na época, Francisco teve plena consciência do período muito complicado e entrou em contato com a comunidade de Manaus para encorajá-los e confortá-los.   

A partir de 27 de março de 2022, Steiner se tornou vice-presidente da conferência eclesial da Amazônia, território muito “caro” a Bergoglio. Tanto que o cardeal brasileiro diz que ele fez o “bem” à Amazônia, à Igreja e ao mundo, restituiu à Igreja o sentido primário do reino de Deus, ou seja, “ser reino de misericórdia” e de “cuidado”. (ANSA).   

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