Itália cai em ranking de liberdade de imprensa da RSF

ROMA, 2 MAI (ANSA) – A ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) divulgou nesta sexta-feira (2) seu ranking anual de liberdade de imprensa no mundo, e mostrou que a Itália caiu três posições, do 46º lugar em 2024 para o 49º lugar em 2025.   

O relatório destaca que a liberdade de imprensa na Itália ”continua sendo ameaçada por organizações mafiosas, em particular, no sul do país, bem como por vários grupos extremistas que exercem violência”.   

“Jornalistas também se queixam de uma tentativa da classe política de dificultar a livre informação sobre questões judiciais por meio de uma ‘lei da mordaça’ que se soma aos procedimentos de repressão comuns no país.” A ONG enfatiza ainda que “os profissionais da mídia às vezes cedem à autocensura, seja pela linha editorial de seu jornal ou por medo de possíveis ações judiciais ou acusações de difamação”.   

“Isso corre o risco de ser agravado para os jornalistas do setor policial e judiciário pela ‘lei da mordaça’, aprovada pela maioria da primeira-ministra, Giorgia Meloni, que proíbe a publicação de uma ordem de prisão provisória até a audiência preliminar”, acrescentou, lembrando que “os sindicatos também denunciam a crescente interferência política na mídia pública”.   

Para Alessandra Costante, secretária-geral do Sindicato de Jornalistas Italianos (FNSI), “o processo de urbanização da informação italiana continua inexoravelmente, como demonstram os rankings da RSF”.   

“A informação italiana está presa entre ameaças do submundo e ações para congelar a liberdade de imprensa, realizadas ininterruptamente pelo Parlamento. Em um ano, nada mudou; se houve alguma coisa, houve pioras”, denuncia.   

Segundo ela, “enquanto o Parlamento italiano estuda como pôr as mãos na Ordem dos Jornalistas, não faz nada para abolir a prisão por difamação pela imprensa”.   

O indicador também aponta que a liberdade de imprensa caiu ao pior nível no mundo, enquanto que o Brasil, por sua vez, foi um dos poucos países a melhorar no ranking, em razão do fim do governo de Jair Bolsonaro (2019-2022).   

A ONG descreve que o país liderado por Luiz Inácio Lula da Silva assumiu a 63º colocação e “continua sua ascensão após a era Bolsonaro, com um salto de 47 posições desde 2022”. (ANSA).   

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