Direita conservadora do Reino Unido consolida ascensão e tira cadeira de trabalhistas

O Partido Trabalhista britânico, no poder desde julho de 2024, sofreu sua primeira derrota eleitoral nesta sexta-feira (2), ao perder uma cadeira no Parlamento para o Reform UK, partido de extrema direita, em uma eleição legislativa parcial no noroeste da Inglaterra. Nigel Farage, líder do Reform UK e um dos principais nomes do Brexit, comemorou o resultado como um marco para sua legenda. “É um momento muito importante para o partido”, afirmou. No X (antigo Twitter), declarou que a vitória no distrito de Runcorn e Helsby “demonstra que agora somos o partido de oposição ao governo trabalhista”.

O primeiro-ministro Keir Starmer classificou o resultado como “decepcionante”, mas reafirmou sua disposição de acelerar as reformas. “Seguiremos mais longe e mais rápido”, disse à GB News. A candidata do Reform UK, Sarah Pochin, venceu a eleição por uma diferença mínima: apenas seis votos a mais que a trabalhista Karen Shore. A votação foi necessária após a renúncia do deputado trabalhista Mike Amesbury, condenado por agressão. Em julho de 2024, o Partido Trabalhista havia vencido nesse distrito com 53% dos votos, contra 18% do Reform UK.

O resultado fortalece a extrema direita britânica e evidencia a fragmentação do cenário político, em meio a críticas crescentes à situação econômica, à imigração irregular e aos serviços públicos. Além da cadeira parlamentar, estavam em disputa 1.641 assentos em conselhos locais e seis prefeituras. O Reform UK, que conquistou cinco cadeiras nas eleições gerais de julho (reduzidas a quatro após a expulsão de um parlamentar), agora retoma cinco assentos no Parlamento.

Segundo os primeiros resultados, o partido também conquistou dezenas de vagas em conselhos municipais e, pela primeira vez, uma prefeitura. Os trabalhistas venceram em três municípios. Uma pesquisa do instituto YouGov divulgada nesta semana mostrou o Reform UK na liderança nacional com 26% das intenções de voto, à frente dos trabalhistas (23%) e dos conservadores (20%).

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Analistas apontam uma tendência de fragmentação semelhante à de outros países da Europa Ocidental. “Os grandes partidos estão perdendo votos, e a política está cada vez mais dividida”, afirmou Anand Menon, professor do King’s College de Londres. Para ele, o Reform UK “representa uma ameaça maior aos trabalhistas do que qualquer outro partido atualmente”. Entre os eleitores que migraram para o Reform UK está Christopher Davies, aposentado de 67 anos de Runcorn, que disse ter votado no Partido Trabalhista durante toda a vida. Desta vez, optou pelo Reform UK por insatisfação com Starmer.

*Com informações da AFP
Publicado por Felipe Cerqueira

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