A polícia brasileira disse neste domingo, 4, que frustrou um ataque a bomba planejado para o show de Lady Gaga, que atraiu mais de 2 milhões de pessoas à Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro, no sábado.
Em entrevista coletiva, a polícia disse ter descoberto que havia um segundo plano para que a transmissão do ataque ocorresse ao vivo na internet.
“Foi uma ação integrada que salvou centenas de vidas. Esses grupos são organizados, eles têm metas para alcançar notoriedade, para arregimentar mais expectadores, mais participantes, a maioria adolescentes, muitas crianças”, afirmou o delegado Luiz Lima.
A Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro, em coordenação com o Ministério da Justiça, informou que o complô foi orquestrado por um grupo que promove discurso de ódio e radicalização de adolescentes, incluindo automutilação e conteúdo violento como forma de pertencimento social.
Segundo a prefeitura do Rio, 2,1 milhões de pessoas compareceram ao show do ícone pop americano.
“Os envolvidos estavam recrutando participantes, inclusive adolescentes, para promover ataques integrados com uso de explosivos improvisados e coquetéis molotov”, disse a polícia em um comunicado.
O Ministério da Justiça disse que os recrutadores se identificaram como membros da base global de fãs de Gaga, conhecidos como “Little Monsters” (monstrinhos, em inglês).
A operação foi baseada em um relatório do Laboratório de Operações Cibernéticas do ministério, após uma denúncia da inteligência da polícia estadual do Rio, que descobriu células digitais incentivando comportamento violento entre adolescentes usando linguagem codificada e simbolismo extremista.
O grupo que planejava o atentado promovia campanhas e ações de ódio em plataformas digitais contra minorias e cooptava menores de idade e lançava desafios e competições para propagar sua ideologia na plataforma Discord, segundo disseram os investigadores.
As investigações começaram após o órgão de inteligência da prefeitura do Rio ter recebido uma denúncia anônima em 28 de abril sobre o incentivo na plataforma para os ataques que deveriam ocorrer no show. As suspeitas foram confirmadas e logo em seguida autoridades federais entraram no caso também, conforme informações obtidas pela Reuters com pessoas com conhecimento direto do caso.
Um homem descrito como o líder do grupo foi preso no Rio Grande do Sul por porte ilegal de arma de fogo, enquanto um adolescente no Rio de Janeiro foi detido por armazenar pornografia infantil.
As autoridades cumpriram mais de uma dúzia de mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, Mato Grosso, Rio Grande do Sul e São Paulo.
⚠️ No esquema de segurança do megashow da cantora Lady Gaga, em Copacabana, a #PMERJ já apreendeu mais de 200 objetos perfurocortantes nos pontos de revista instalados nos acessos do evento.
A medida visa garantir a segurança de todos os presentes no evento.#ServireProteger pic.twitter.com/RFoU53yNXl
— @pmerj (@PMERJ) May 4, 2025