
Os ursos-polares (Ursus maritimus) são mamíferos carnívoros que vivem exclusivamente nas regiões geladas do Ártico. Considerados os maiores carnívoros terrestres do planeta, esses animais impressionam não apenas pelo porte físico — que pode ultrapassar os 2,5 metros em pé —, mas também por sua habilidade de sobreviver em condições extremamente frias e inóspitas. Com sua pelagem branca, eles se camuflam entre os blocos de gelo, tornando-se caçadores eficientes e discretos.
Recentemente, o Aquário de São Paulo celebrou um marco histórico com o nascimento de Nur, a primeira ursa-polar nascida na América Latina. Filha dos ursos Aurora e Peregrino, que vivem no aquário há cerca de dez anos após virem do Zoológico de Kazan, na Rússia, a ursinha nasceu em 17 de novembro de 2024, pesando aproximadamente 400 gramas. Seu nome, que significa “luz” em árabe, simboliza esperança para a conservação da espécie, ameaçada pelas mudanças climáticas.
A seguir, conheça algumas curiosidades sobre os ursos-polares!
1. A pele é preta, mas o pelo parece branco
A pelagem do urso-polar pode parecer branca ao olho humano, mas seus pelos são, na verdade, translúcidos e refletem a luz visível, criando a aparência branca como forma de camuflagem na neve. Sob essa pelagem, a pele do animal é preta, o que ajuda a absorver melhor o calor do sol — uma vantagem térmica em um ambiente onde as temperaturas chegam facilmente a -40 °C. Essa combinação é uma das principais adaptações à vida no Ártico.
2. Nadam por dias sem parar
Os ursos-polares são nadadores excepcionais. Eles conseguem atravessar grandes distâncias no oceano Ártico, nadando por horas — e até por dias — em busca de blocos de gelo ou presas. Já foram registrados casos de ursos nadando mais de 400 quilômetros seguidos. Suas patas dianteiras são longas e atuam como remos, enquanto as traseiras ajudam a orientar o corpo. A natação prolongada é uma habilidade cada vez mais necessária, já que o degelo do Ártico reduz seu território de caça.
3. São nativos exclusivamente do Ártico
Os ursos-polares vivem apenas no Círculo Polar Ártico, sendo encontrados em regiões do Canadá, Alasca (EUA), Rússia, Groenlândia e Noruega (Svalbard). Eles não habitam a Antártida, que é território exclusivo de pinguins. Seu habitat é o gelo marinho, onde conseguem caçar com maior eficiência, especialmente focas, sua principal fonte de alimento. A dependência do gelo os torna extremamente vulneráveis às mudanças climáticas e ao aquecimento global.
4. Os filhotes nascem minúsculos e frágeis
Apesar do grande tamanho dos adultos, os filhotes de urso-polar nascem bem pequenos — pesando cerca de 600 a 700 gramas. Nascem cegos, sem pelos e totalmente dependentes da mãe. As fêmeas fazem tocas de neve e permanecem nelas durante o inverno, onde dão à luz e cuidam dos filhotes por até três meses antes de emergirem. Nesse período, a fêmea não se alimenta e vive apenas das reservas de gordura acumuladas antes da gestação.

5. O olfato é sua principal arma de caça
O olfato dos ursos-polares é altamente desenvolvido. Eles conseguem detectar o cheiro de uma foca a cerca de 1,5 km de distância ou mesmo através de camadas de gelo com mais de um metro de espessura. Essa capacidade permite localizar presas escondidas em tocas ou respiradouros na superfície do gelo. Como dependem das focas para obter gordura suficiente para sobreviver, essa habilidade é essencial à sua sobrevivência.
6. Têm uma espessa camada de gordura protetora
Além da pelagem densa e da pele escura, os ursos-polares possuem uma camada de gordura subcutânea que pode atingir até 11 centímetros de espessura. Essa camada ajuda a isolar o corpo contra o frio extremo e é vital para manter a temperatura corporal estável, mesmo durante longas permanências na água gelada. A gordura também serve como reserva energética durante períodos de jejum, principalmente no verão, quando a caça se torna mais difícil.
7. Estão no topo da cadeia alimentar ártica
O urso-polar é o maior predador do Ártico. Como superpredador, ele exerce papel essencial no equilíbrio ecológico, ajudando a controlar populações de focas e mantendo o funcionamento saudável da cadeia alimentar. Sua dieta é baseada principalmente em gordura animal, especialmente de focas-aneladas, mas em momentos de escassez podem consumir aves, peixes e até carcaças de baleias encalhadas.
8. Só as fêmeas hibernam parcialmente
Diferentemente de outras espécies de ursos que hibernam durante o inverno, os ursos-polares adultos permanecem ativos o ano inteiro — com exceção das fêmeas grávidas. Estas entram em um estado semelhante à hibernação durante o inverno, quando se abrigam nas tocas para dar à luz e cuidar dos filhotes. Durante esse período, o metabolismo diminui, mas não chega a um estado de dormência completa como ocorre com os ursos marrons, por exemplo.
9. Enfrentam ameaça de extinção
Com o derretimento acelerado do gelo marinho, os ursos-polares têm perdido áreas de caça e precisam percorrer distâncias maiores para encontrar alimento. Isso impacta diretamente sua saúde, reprodução e expectativa de vida. Segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a espécie é considerada vulnerável. A preservação de seu habitat natural é uma das principais estratégias para garantir a continuidade da espécie no futuro.