A Organização dos Estados Americanos (OEA) elegeu, nesta segunda-feira (5), em Washington, a diplomata colombiana Laura Gil como subsecretária-geral, na primeira vez que este cargo é ocupado por uma mulher.
Trata-se do segundo posto mais importante dessa organização criada em 1948. Em caso de ausência ou impossibilidade, a colombiana pode assumir as funções do secretário-geral.
Gil foi eleita na segunda rodada por 19 votos entre os 34 países com direito a voto. Ela precisava de 18. Suas adversárias eram outras duas mulheres: a peruana Ana María Sánchez e a guatemalteca Claudia Escobar.
Ex-embaixadora da Colômbia na Áustria e ex-vice-ministra de Assuntos Multilaterais, ela obteve a maioria dos votos no primeiro turno, bastante equilibrado, e superou a peruana no segundo por 19 a 13.
“Mais que nada, entrego minha independência a vocês”, disse Gil, que prometeu deixar na porta da OEA sua “pele de representante da Colômbia”.
“Nada acima dos mandatos, nada abaixo deles. Assim, prometi e assim, cumprirei”, afirmou a diplomata em um discurso em espanhol, inglês e francês.
Ela sucederá no cargo Néstor Méndez a partir de 17 de julho de 2025, e trabalhará junto ao novo secretário-geral, o surinamês Albert Ramdin, eleito em março. Ramdin substituirá o uruguaio Luis Almagro, cujo mandato termina em 25 de maio.
Em sua última assembleia geral, Almagro destacou o “espírito” e a “capacidade de análise independente” de Gil.
Paridade, equidade e igualdade de gênero foram as palavras mais usadas pelos representantes dos países-membros em suas intervenções para descrever um dia histórico: a eleição de uma mulher para um posto-chave da OEA, o organismo regional mais antigo do mundo.
Em termos gerais, a subsecretaria, um cargo de cinco anos reelegível uma vez, cuida de temas sociais, políticos e econômicos, coordena atividades, participa na tomada de decisões e lidera missões diplomáticas a países-membros da OEA.
Os Estados Unidos não apostaram publicamente em nenhuma das três candidatas.
Em sua intervenção, o representante interino de Washington, Thomas R. Hastings, insistiu no tema migratório, uma prioridade do presidente Donald Trump.
Hastings fez um apelo à “cooperação contínua” para garantir as fronteiras e a aceitação dos repatriados. Também defendeu “sistemas de vistos eficazes” e “melhorar as condições econômicas para que os cidadãos prosperem em suas próprias comunidades”.
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