O Brasil enfrenta um impasse na diminuição do analfabetismo funcional, que permanece em 29% entre a população de 15 a 64 anos, mantendo-se no mesmo nível desde 2018. Esse dado representa um retrocesso em comparação a 2009, quando a taxa era de 27%. A pesquisa realizada pelo Inaf (Indicador de Alfabetismo Funcional) entrevistou 2.544 indivíduos e revelou que 7% da população é considerada analfabeta absoluta, enquanto 22% apresentam alfabetismo rudimentar. A análise indica que a maior parte dos analfabetos funcionais está na faixa etária de 40 a 64 anos. No entanto, também se observa uma quantidade significativa de jovens entre 15 e 29 anos, além de adultos de 30 a 39 anos, ambos com 17% de analfabetismo funcional. Essa estagnação nos índices é um reflexo da baixa qualidade do sistema educacional, onde 17% dos que completaram o ensino médio e 12% dos graduados ainda se encontram nesse nível de analfabetismo.

Para reverter esse quadro, é fundamental investir em uma educação de qualidade e que faça sentido para os alunos. O estudo também enfatiza a necessidade de fortalecer a Educação de Jovens e Adultos (EJA), que atualmente enfrenta um processo de desinteresse e diminuição de matrículas. Além de avaliar o analfabetismo funcional, o Inaf também analisou a inclusão digital no país. Os resultados mostram que 25% da população brasileira apresenta baixo desempenho em atividades digitais, com essa taxa aumentando entre aqueles com menor nível de alfabetismo. A pesquisa revelou que 40% dos indivíduos considerados proficientes em alfabetização têm dificuldades em tarefas digitais, enquanto 95% dos analfabetos enfrentam desafios significativos nesse aspecto.
Publicado por Sarah Paula
*Reportagem produzida com auxílio de IA