A Austrália quer produzir “grandes filmes” com os Estados Unidos, afirmou nesta terça-feira (6) a ministra das Relações Exteriores, Penny Wong, diante da ameaça de novas tarifas que afetariam o país onde foram filmados sucessos como “Matrix”, “Elvis” e “Crocodillo Dundee”.
O presidente americano, Donald Trump, anunciou no domingo tarifas de 100% sobre filmes rodados no exterior, após afirmar que são necessários mais “filmes feitos nos Estados Unidos”.
A chamada “Aussiewood” atraiu produções de cinema com incentivos fiscais, entre outros, o que motivou as filmagens de uma série de sucessos para os estúdios de Hollywood no país.
Até o momento, poucas informações foram reveladas sobre como as tarifas funcionariam, mas a chefe da diplomacia australiana afirmou que serão negativas para os fãs de cinema.
“Nossa mensagem é que fazemos grandes filmes juntos”, declarou Wong ao canal ABC.
“Temos filmes americanos filmados aqui na Austrália. A colaboração é algo bom, então não devemos impedir isso”, expressou.
“Crocodillo Dundee”, uma comédia de 1986 sobre um caçador australiano que viaja para Nova York, ajudou a colocar a incipiente indústria cinematográfica da Austrália no mapa dos Estados Unidos.
Desde então, alguns grandes diretores de Hollywood filmaram sucessos da Marvel, filmes da série “Missão Impossível” ou o blockbuster “Elvis” na Austrália.
As tarifas também incomodaram a vizinha Nova Zelândia, onde foi filmada a trilogia “O Senhor dos Anéis”.
A diretora da Comissão de Cinema da Nova Zelândia, Annie Murray, comentou que a instituição tenta entender como as tarifas funcionariam.
“Sabemos que é uma situação que pode mudar e é muito cedo para especular sobre o que poderia significar”, declarou à AFP.
As tarifas parecem direcionadas aos estúdios americanos que recebem isenções fiscais para filmar em países como Reino Unido, Canadá, Irlanda e Austrália.
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