O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) embarca nesta terça-feira (6) para a Rússia, iniciando viagem internacional que terminará na China. As duas visitas de Estado incluem reuniões bilaterais, assinaturas de acordos e participação em comemoração russa.
Em Moscou, o chefe do Executivo vai se reunir com o presidente russo Vladimir Putin e participar das celebrações dos 80 anos da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores (MRE), o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, a ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, vão compor a comitiva presidencial. Estão previstas assinaturas de atos referentes à ciência e tecnologia.
O presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre (União-AP), também está previsto na comitiva brasileira.
Há ainda previsão de uma reunião bilateral entre Lula e o primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. O petista cumpre agenda na Rússia entre os dias 8 e 10 de maio.
A CNN mostrou que, segundo interlocutores do governo brasileiro, a visita oficial terá dois objetivos principais: tentar colocar o Brasil como mediador da paz no conflito entre Rússia e Ucrânia e passar o sinal de independência da política externa brasileira em relação a outras grandes potências mundiais.
A expectativa é de que Lula diga a Putin que o Brasil tem credenciais para participar ativamente da mediação de um acordo de paz entre russos e ucranianos. Como presidente do Brics, o país passou a defender que o grupo participe de uma eventual negociação para um acordo de paz.
A Rússia situa-se entre os 13 maiores parceiros comerciais do Brasil. As relações bilaterais entre Brasil e Rússia, com destaque para o aumento do comércio e dos investimentos, também serão discutidas no encontro entre Lula e Putin.
O comércio bilateral entre os dois países em 2024 foi de 12,4 bilhões de dólares, com um déficit brasileiro de 9,5 bilhões de dólares. Do lado do Brasil, soja, carnes, amendoim, café e açúcar são os produtos mais exportados, enquanto a Rússia tem nos fertilizantes o principal item de exportação para o Brasil.
Visita à China
No domingo (11), Lula chega à China para visita de Estado entre os dias 12 e 13 de maio.
Em Pequim, o mandatário vai se reunir com o presidente chinês Xi Jinping e participar da quarta reunião do Fórum China-CELAC (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos).
Sem citar nomes, o Itamaraty informou que o grupo que vai acompanhar o presidente na viagem ainda está sendo definido pelo Palácio do Planalto, mas deve incluir muitos ministros e parlamentares.
O MRE antecipou que estão previstas as assinaturas de 16 acordos, e outros 32 ainda estão em negociação.
Haverá também uma declaração conjunta entre Lula e Xi Jinping, que está sendo negociada e provavelmente mencionará temas convergentes entre os países, como o multilateralismo, a reforma da governança global e a defesa de soluções pacíficas.
A relação entre Brasil e China é uma parceria estratégica que ocorre desde 1993 e a visita pode buscar explorar novas vertentes de cooperação entre os países.
“O que nós queremos é diversificar a nossa relação, a nossa pauta exportadora para a China e diversificar os investimentos e as parcerias com a China, procurando atraí-la para esse projeto de neoindustrialização, de capacitação tecnológica, de transição energética”, explicou o Secretário de Ásia e Pacífico, embaixador Eduardo Saboia.
*Sob supervisão
Este conteúdo foi originalmente publicado em Lula vai à Rússia e à China focado em acordos comerciais e diplomacia no site CNN Brasil.
