Ataques de drones no Sudão geram receios pela segurança dos civis e pelos esforços de ajuda

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

A ONU (Organização das Nações Unidas) está soando o alarme sobre a escalada da violência no Sudão após ataques de drones perto do aeroporto de Porto Sudão, supostamente realizados pelas Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) paramilitares.

“Esses ataques parecem ser os mais recentes de uma série de operações militares de retaliação , conduzidas pelas Forças de Apoio Rápido e pelas Forças Armadas Sudanesas (SAF, na sigla em inglês), visando aeroportos nas áreas de controle umas das outras”, disse o porta-voz adjunto da ONU, Farhan Haq.

Os combates entre as tropas do governo militar e os antigos aliados que se tornaram rivais pelo poder começaram em abril de 2023. A guerra devastou grande parte do país, matando milhares e deslocando mais de 8,6 milhões de pessoas, de acordo com agências da ONU.

Enquanto o conflito se alastra em Cartum, Darfur e outras áreas, Porto Sudão, na costa do Mar Vermelho, continua sendo um porto relativamente seguro e um centro importante para os esforços de ajuda humanitária da ONU e internacionais.

Crianças sudanesas que fugiram do conflito e receberam abrigo no Chade (Foto: Unicef/Mahamat)
Vários ataques de drones

As RSF realizaram ataques de drones contra uma base militar e outros alvos no domingo (4), perto do aeroporto. Na segunda-feira (5), houve uma segunda série de ataques contra depósitos de combustível na parte leste de Porto Sudão, de acordo com as últimas notícias.

Até agora, as RSF não assumiram a responsabilidade pelos ataques de segunda, que deixaram instalações de armazenamento de combustível em chamas, no que o Exército caracterizou como um ataque à infraestrutura civil.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, se diz “preocupado com os recentes relatos de ataques de drones à infraestrutura militar e civil” na área, que até agora havia sido amplamente poupada da devastação da guerra que durou um ano.

Apelo ao diálogo urgente

Haq enfatizou que o ataque a Porto Sudão foi um “acontecimento preocupante que ameaça a proteção de civis e as operações humanitárias” na cidade, que se tornou uma tábua de salvação para a ajuda humanitária em todo o país.

Já Guterres “renova seu apelo por um diálogo urgente entre as partes em conflito visando a cessação imediata das hostilidades e um processo político inclusivo”, disse Haq. “Isso é essencial para evitar uma nova escalada, proteger os civis e recolocar o Sudão no caminho da paz e da estabilidade.”

Na frente humanitária, o escritório de coordenação de ajuda da ONU (Ocha) disse que os ataques de drones não afetaram diretamente suas operações em Port Sudan.

Operações de ajuda da ONU continuam

“Nenhum de nossos escritórios, instalações ou armazéns foi afetado e continuamos a realizar nossas operações regulares”, confirmou Haq.

No entanto, ele acrescentou que a situação está sendo monitorada de perto e que os voos do Serviço Aéreo Humanitário da ONU com destino à cidade foram temporariamente suspensos.

Além de Porto Sudão, ataques recentes em usinas de energia em todo o Sudão interromperam o fornecimento de eletricidade e água limpa, piorando as condições para famílias deslocadas e retornados.

“Apelamos a todas as partes envolvidas neste conflito para que garantam que civis e infraestruturas civis não sejam alvos”, disse o porta-voz adjunto. “As guerras têm regras e o direito internacional humanitário deve ser respeitado.”

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