Trump ignora regras da ONU e libera mineração submarina em águas internacionais

Uma medida assinada pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reacendeu o debate global sobre os riscos da mineração submarina. A nova ordem executiva autoriza empresas americanas a extraírem minerais do fundo do mar mesmo em áreas internacionais — sem seguir as diretrizes da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar nem da Autoridade Internacional dos Fundos Marinhos (ISA, na sigla em inglês), que regula esse tipo de exploração. A justificativa do governo Trump é estratégica: diminuir a dependência de minerais críticos, como cobalto e níquel, hoje dominados por países como a China. Esses materiais são essenciais para tecnologias de ponta, como baterias, turbinas e veículos elétricos. Mas ao ignorar tratados internacionais e atuar fora de marcos regulatórios multilaterais, a decisão norte-americana pode inaugurar uma corrida desordenada por recursos submarinos — com alto custo ambiental.

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Do ponto de vista ecológico, a mineração em alto-mar ainda é um território desconhecido. Cientistas alertam para os riscos de danos irreversíveis à biodiversidade marinha, à vida microscópica do fundo oceânico e à capacidade natural dos mares de capturar carbono. Regiões exploradas podem levar séculos — ou jamais — a se regenerar. O alerta foi reforçado pela própria secretária-geral da ISA, Letícia Carvalho, que classificou a decisão como “uma ameaça à governança global dos oceanos”. Atualmente, mais de 30 países defendem uma moratória internacional até que haja mais estudos científicos e regras claras para proteger os ecossistemas do fundo do mar. No momento em que o mundo discute justiça climática e transição energética, a decisão de Trump acende um sinal vermelho: até onde estamos dispostos a ir em nome do avanço tecnológico sem respeitar o meio ambiente.

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