Cidades gaúchas têm bairros abandonados após enchentes de 2024

Um ano após as devastadoras enchentes que assolaram o Rio Grande do Sul em 2024, muitas cidades ainda lutam para se recuperar dos danos causados pela catástrofe. A série “A Luta do RS: Sobrevivência e Reconstrução” da CNN Brasil revela a difícil realidade enfrentada pelos moradores e a infraestrutura severamente comprometida em diversas regiões do estado.

No Vale do Taquari, uma das áreas mais afetadas, cidades como Muçum, com menos de 5 mil habitantes, apresentam cenários de destruição que parecem congelados no tempo. Clara, uma moradora que viveu por 33 anos na cidade, compartilhou sua experiência: “A minha ida lá em Muçum sempre é com nostalgia, porque criei minha família lá. A gente mora afastado por uma questão de arrumar as coisas lá e quem sabe, né, uma hora voltar, mas por enquanto a gente não vê essa possibilidade de medo que o rio volte de novo”.

Infraestrutura comprometida

As enchentes não pouparam a infraestrutura vital do estado. Pontes foram levadas pela força das águas, deixando comunidades isoladas por meses. A ligação entre as cidades de Arroio do Meio e Lajeado, por exemplo, foi feita por botes e passarelas flutuantes durante um longo período. A nova ponte definitiva, projetada para ser 51 metros maior e 5 metros mais alta que a antiga estrutura, só foi entregue em abril de 2025, quase um ano após a tragédia.

Em Porto Alegre, a capital gaúcha, o sistema de diques e comportas se mostrou insuficiente para conter a maior inundação da história da cidade. O engenheiro especialista em planejamento ambiental, Vicente Halber, apontou: “As comportas por onde a água entrou, desde 2020 não tem uma manutenção sequer. As casas de bombas também não têm a manutenção apropriada. A cidade sofreu demais quando ela não precisaria ter sofrido tanto”.

Impacto no transporte aéreo

O Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, principal porta de entrada para o estado, também foi severamente afetado. Com água chegando a aproximadamente um metro e meio de altura, o terminal ficou paralisado entre maio e outubro de 2024. A operação total só foi retomada em dezembro do mesmo ano, após um investimento de 426 milhões de reais aprovado pela Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para a reconstrução da infraestrutura.

A tragédia expôs vulnerabilidades e despertou discussões sobre planejamento urbano e prevenção de desastres. O arquiteto especialista em planejamento urbano, Augusto Alves, sugere: “É preciso tirar as pessoas que estão nos locais mais vulneráveis, mas as áreas centrais, áreas consolidadas atingidas, é preciso se conviver com isso. Algumas ideias de se fazer parques nessas áreas, aquela ideia de se fazer uma região de amortecimento das cheias, por isso se usa aquele conceito, às vezes se fala, remete aquele conceito da cidade esponja”.

Um ano após a catástrofe, o Rio Grande do Sul continua sua luta pela reconstrução, enfrentando desafios econômicos e sociais significativos. A resiliência dos gaúchos é testada diariamente, enquanto buscam soluções para conviver com a nova realidade imposta pela natureza e trabalham para prevenir futuros desastres de proporções semelhantes.

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Este conteúdo foi originalmente publicado em Cidades gaúchas têm bairros abandonados após enchentes de 2024 no site CNN Brasil.

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