A Polícia Civil prendeu, na manhã desta quarta-feira (7), 17 pessoas suspeitas de fazerem parte de uma organização criminosa que aplicava golpes envolvendo venda e transferência de veículos clonados no Rio Grande do Sul. A investigação descobriu que o crime era praticado com o uso de dados de vítimas obtidos por meio de invasões de contas gov.br.
A polícia cumpre 22 mandados de prisão preventiva e 25 mandados de busca e apreensão em Porto Alegre, Viamão, Alvorada, Charqueadas e Arroio dos Ratos, no Rio Grande do Sul; Florianópolis, São José, Palhoça e Criciúma, em Santa Catarina; e na cidade do Rio de Janeiro.
A organização, segundo a polícia, era especializada em estelionatos, falsificação de documentos, invasão de dispositivos informáticos, adulteração de sinal identificador de veículo automotor e lavagem de dinheiro.
A investigação começou após uma vítima de Gravataí, Região Metropolitana de Porto Alegre, procurar a polícia. Ela relatou que comprou um carro anunciado em uma rede social, fez o pagamento de R$ 80 mil e recebeu o documento de Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV-e). Contudo, no Departamento Estadual de Trânsito (DetranRS), foi surpreendida com a informação de que o veículo seria roubado. O roubo teria acontecido poucos dias antes, em Porto Alegre.
A Polícia Civil descobriu que o líder do grupo, que está preso atualmente, comprava veículos roubados ou furtados no Rio Grande do Sul ou em Santa Catarina. Depois, o criminoso entregava os veículos a uma outra célula do grupo, responsável pela clonagem e falsificação dos sinais identificadores.
Uma vez clonado o veículo, os criminosos passavam os dados da nova placa para um homem de 24 anos, estudante de tecnologia e programação de dados, morador do Rio de Janeiro. Segundo a polícia, com o uso de engenharia social, esse homem conseguia invadir a conta do proprietário do veículo original e ter acesso à documentação veicular.
Com o veículo clonado e com acesso aos documentos, os criminosos passavam a anunciar a venda do veículo em marketplaces por um valor abaixo do mercado.
A investigação ainda apontou que o grupo utilizava empresas de fachada em Santa Catarina para a lavagem e ocultação dos valores provenientes do crime.
Além das prisões, foram apreendidos documentos e aparelhos celulares que serão analisados pela polícia.
Este conteúdo foi originalmente publicado em Operação mira grupo suspeito de hackear contas do governo e aplicar golpes no site CNN Brasil.