Repressão cultural, detenções arbitrárias e desaparecimento de direitos básicos: essas são algumas das denúncias que voltam ao centro do debate internacional com a realização da Crimeia Week, entre os dias 12 e 16 de maio, em Bruxelas. A iniciativa reunirá especialistas, parlamentares europeus e representantes da sociedade civil ucraniana para discutir as violações cometidas pela Rússia desde o início da ocupação da Crimeia, em 2014.
Relatórios da ONG Human Rights Watch (HRW) e de outras organizações apontam que a Rússia impôs à força sua legislação na península, perseguiu os tártaros da Crimeia e silenciou vozes dissidentes com processos forjados e prisões políticas.
Crianças foram expostas a propaganda antiucraniana, o ensino da língua local foi restringido e a identidade cultural ucraniana passou a ser sistematicamente apagada. Além disso, civis foram obrigados a adotar a cidadania russa, e quem se recusou enfrentou discriminação.
Entre os abusos classificados como crimes de guerra, estão o alistamento forçado de homens no Exército russo e a transferência de prisioneiros civis para penitenciárias em território russo. Segundo os organizadores do evento, essas práticas não apenas persistem como serviram de modelo para ações semelhantes em outras regiões da Ucrânia ocupadas por tropas russas desde o início da guerra em larga escala, em 2022.
O objetivo da Crimeia Week é pressionar por medidas concretas: continuidade das investigações internacionais, recusa a anistias para crimes graves, libertação de civis detidos ilegalmente e retorno dos deportados. A proteção de ativistas, jornalistas e advogados que atuam na Crimeia sob constante risco pessoal também será tema das discussões.
“A Crimeia Week destaca a urgência de enfrentar a repressão sistemática vivida pela população da península e de garantir que seus direitos sejam restaurados nas negociações de paz”, afirmam os organizadores.
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