Líquen plano pigmentoso: médica explica condição rara que acometeu Isabel Fillardis

Recém-curada de uma rara doença dermatológica, a atriz Isabel Fillardis revelou que levou cerca de três anos para ser diagnosticada com líquen plano pigmentoso. Famosa por inúmeros papéis na TV, incluindo na primeira versão de “Renascer”, a artista ainda explicou que precisou passar por uma “biópsia dolorida” para descobrir sua condição.

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Durante um bate-papo com Flávia Alessandra para o programa “Conexão VivaBem”, a atriz comentou que a demora para a descoberta da sua condição foi devido à raridade da doença. “Conheci a Dra. Kathleen através da mãe da Tais Araújo, cheguei lá bem deprimida, e ela falou ‘não sei o que você tem, mas a gente vai descobrir’”.

No final, ela contou que está curada após anos de tratamento. “Foi uma jornada difícil, continua sendo um cuidado minucioso que tenho com minha pele. Não cheguei à minha pele como era, ainda tenho algumas manchas. É um tratamento contínuo e, no início, é barra pesada: o laser dói até com anestésico.”

 

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Em entrevista à IstoÉ Gente, *Larissa Montanheiro, dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), explicou que devido à semelhança das manchas na pele, pacientes com líquen plano pigmentoso comumente confundem a doença com melasma, o que pode atrasar o tratamento.

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“Apresentação clínica [da doença] são manchas meio rendilhadas, acastanhadas, até mais acinzentadas. Ele acomete áreas de rosto e pescoço, áreas mais fotoexpostas. É até mais comum a gente ver em pacientes de fototipos mais altos”, detalha. “E, às vezes, ele é confundido com melasma.”

A especialista esclarece que esse equívoco errôneo resulta em tratamentos que podem piorar a condição do líquen plano e um diagnóstico tardio. Ela também aponta que a diferenciação entre essas hiperpigmentações podem ser percebidas através de exames dermatológicos, como a dermatoscopia.

Sintomas e diagnóstico 

De acordo com Larissa, alguns casos da condição também podem estar associados a aspectos de doenças que afetam regiões do corpo, como alterações no couro cabeludo. Em outros, manifesta-se inicialmente em penas com uma mancha facial; pacientes femininas chegam a apresentar alguns tipos de alopecia.

“A gente consegue fazer o diagnóstico do líquen plano no consultório através da dermatoscopia, que é o exame específico dermatológico. Mas, quando a gente tem dúvida, podemos submeter o paciente a uma biópsia de pele, que é feita com anestesia local.”

 

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Tratamento

Ela ainda aponta que o tratamento pode ser encarado pelos pacientes como a parte mais desafiadora do processo, uma vez que ele varia de indivíduo para indivíduo. Também existem estudos com experiências favoráveis de alguns dermatologistas com outros procedimentos, como o uso de laser e o dermoabrasão – um procedimento cirúrgico de “alisamento” da pele -, e que a doença, inclusive, pode voltar após ser curada.

“Muitas vezes utilizamos tratamentos tópicos, como anti-inflamatórios locais, dependendo do caso. Com o acometimento em outras regiões, precisamos associar medicações sistêmicas, que são medicações de uso oral, sob prescrição médica.”

“O importante é que geralmente ela não é uma doença patológica [com sintomas muito evidentes]. Às vezes, o paciente tem um leve prurido local, e por isso, quando a gente tem alguma mancha no rosto, ela tem que ser avaliada em um consultório para que possamos ter os outros diferenciais dela.”

** Estagiária sob supervisão

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