VATICANO, 8 MAI (ANSA) – Por Nina Fabrizio – Com a eleição de Robert Prevost como papa Leão XIV, os católicos já estão de olho em quais podem ser os primeiros destinos internacionais do novo pontífice.
O americano retomará o plano interrompido de Jorge Bergoglio e irá a Niceia, na Turquia, para celebrar os 1,7 mil anos do primeiro grande Concílio Ecumênico, ou abrirá novos caminhos em nome do diálogo entre as igrejas? Uma viagem de Francisco à Turquia ainda estava “em estudo” em 12 de março, quando ele enfrentava uma longa internação no Hospital Agostino Gemelli para tratar uma pneumonia bilateral.
Na época, a Sala de Imprensa do Vaticano lembrou, com cautela, que a missão nunca havia sido “anunciada oficialmente”, embora os preparativos já estivessem em andamento.
Niceia poderia, portanto, ser a primeira viagem internacional do novo Papa, em um sinal de continuidade. Era uma visita fortemente desejada por Bergoglio, prevista para 26 de maio e que ele preparava junto a Bartolomeu, seu grande amigo e patriarca dos ortodoxos, para fortalecer o ecumenismo entre os cristãos.
Mas não era a única viagem histórica que Francisco planejava.
Os dois destinos “proibidos” – até hoje inalcançáveis não só para o argentino, mas para todos os papas – continuam sendo Pequim e Moscou. Francisco, como bom jesuíta, sempre olhou para o Oriente. Desde cedo, deixou claro seu desejo de visitar a China, onde nenhum pontífice jamais pisou.
O acordo sobre a nomeação de bispos, negociado pelo cardeal Pietro Parolin, abriu caminho para que, um dia, um papa possa finalmente visitar o país. Talvez seja uma herança que Leão XIV poderá colher. Já Moscou é um desafio ainda maior. Francisco foi o papa que mais se aproximou do Patriarcado Russo, culminando no encontro histórico com Cirilo em Cuba, em 12 de fevereiro de 2016.
Na ocasião, eles assinaram um documento conjunto, e parecia haver esperança de maior união. No entanto a guerra na Ucrânia tensionou as relações, sobretudo após Francisco dizer a Cirilo, conhecido pelo alinhamento com o Kremlin, que os religiosos não devem falar “a linguagem da política, mas a linguagem de Jesus”.
Bergoglio sonhava em visitar tanto Moscou quanto Kiev, mas essa perspectiva já havia se perdido há tempos, uma vez que nenhum dos dois lados aceitou a intermediação direta do Vaticano, embora permitissem ações humanitárias discretas.
(ANSA).