O agora papa Leão XIV “abriu o caminho” durante seu trabalho eclesiástico no Peru para escutar e assumir a defesa das vítimas de abusos sexuais por parte de integrantes do clero, destacou o líder dos bispos peruanos.
O então bispo Robert Prevost, que se uniu aos agostinianos do país sul-americano em 1985, enfrentou as “dificuldades e realidades” da Igreja Católica, afirmou o presidente da Conferência Episcopal Peruana (CEP), monsenhor Carlos García, em uma entrevista coletiva.
Nascido nos Estados Unidos, Prevost recebeu a cidadania peruana em 2015 antes de assumir a diocese de Chiclayo, cidade de pouco mais de 600.000 habitantes do norte do Peru, que mencionou durante seu primeiro discurso como pontífice.
Como parte da CEP, “foi ele quem abriu o caminho aqui no Peru para escutar as vítimas, para organizar a comissão da verdade, da defesa contra” as agressões, destacou García.
Antes de Prevost ser nomeado cardeal e sair do Peru em 2023, o papa Francisco ordenou uma intervenção no Sodalício de Vida Cristã (SCV), uma congregação ultraconservadora de laicos e padres de origem peruana.
Após sete anos de investigações, o falecido papa argentino ordenou a dissolução da organização, após as denúncias contra quatro líderes do SCV.
Segundo a própria congregação, os membros da cúpula abusaram sexualmente de 19 menores e 10 maiores de idade entre 1975 e 2002.
Em janeiro, Prevost recebeu no Vaticano José Enrique Escardó, uma das primeiras vítimas que denunciou os abusos do Sodalício.
“Nós rejeitamos o encobrimento e o segredo, isso provoca muito dano, pois temos que ajudar as pessoas que sofreram com a má conduta”, declarou o atual papa ao jornal peruano La República em uma entrevista de junho de 2019.
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