Um júri de 12 nova-iorquinos deve ser escolhido nesta sexta-feira (9) no julgamento por extorsão e tráfico sexual do magnata do hip-hop Sean “Diddy” Combs, que pode pegar décadas ou até prisão perpétua se for condenado.
O rapper se declarou inocente de uma acusação de conspiração de extorsão, duas acusações de tráfico sexual e duas acusações de transporte para prostituição — todos crimes graves.
Ao longo de três dias nesta semana, o juiz que supervisiona o caso questionou quase 100 potenciais jurados sobre assuntos como o que eles ouviram sobre o caso de Combs e quaisquer experiências que tiveram com agressão sexual.
Com a contribuição de advogados de defesa e promotores, o juiz distrital dos EUA Arun Subramanian, em Manhattan, dispensou os jurados que considerou inadequados para servir e selecionou 45 candidatos qualificados para servir de forma justa e imparcial.
Nesta sexta-feira, os advogados de cada lado se revezarão na exclusão de candidatos até que um painel de 12 jurados e seis suplentes seja escolhido — uma partida de xadrez com implicações potencialmente decisivas no resultado do julgamento.
Combs, natural do Harlem que fundou a pioneira gravadora Bad Boy Records e descobriu rappers icônicos como Notorious B.I.G., foi preso em setembro passado e está detido em uma penitenciária federal do Brooklyn desde então.
As acusações marcaram a queda surpreendente de um titã da indústria musical que já teve uma chave cerimonial da cidade de Nova York e era conhecido por dar festas luxuosas para celebridades de primeira linha.
Os promotores do escritório do procurador dos EUA em Manhattan dizem que, por duas décadas, Combs usou seu império empresarial para atrair mulheres para sua órbita com promessas de relacionamentos românticos ou apoio financeiro, depois as coagiu violentamente a participar de performances sexuais de dias, movidas a drogas, conhecidas como “Freak Offs”.
Em documentos judiciais, os promotores alegam que Combs mantinha suas vítimas obedientes, drogando-as e chantageando-as. Ele é acusado de sequestrar uma pessoa sob a mira de uma arma, jogar um coquetel Molotov em um carro e agredir, estrangular e arrastar vítimas em atos de violência que remontam à década de 1990.
Os advogados de Combs disseram que os promotores estão buscando indevidamente criminalizar o “estilo de vida swinger” de Combs. Eles sinalizaram que planejam atacar a credibilidade das supostas vítimas que testemunharão, buscando mostrar que elas tinham incentivos financeiros para acusar Combs. Eles disseram que as mulheres deram relatos inconsistentes das supostas agressões aos investigadores.
Subramanian disse que o julgamento durará cerca de oito semanas, com os jurados suplentes servindo como reservas caso os jurados não consigam terminar. Qualquer veredicto deve ser unânime.
Espera-se que o julgamento apresente o testemunho de três, ou possivelmente quatro, acusadoras, incluindo a ex-namorada de Combs, Casandra Ventura, uma cantora de rhythm and blues conhecida profissionalmente como Cassie.
Combs enfrenta mais de 50 ações civis acusando-o de agressão sexual, incluindo uma de um autor que diz ter 10 anos na época do suposto ataque.
Combs negou as irregularidades nesses casos e alegou que seus acusadores estão buscando um pagamento.
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Este conteúdo foi originalmente publicado em Júri de Sean “Diddy” Combs será escolhido nesta sexta (9); saiba mais no site CNN Brasil.