Depois de uma suspensão de 104 dias, o tenista número 1 do mundo Jannik Sinner volta a uma competição neste sábado (10) 104 dias após seu título no Aberto da Austrália. Seu primeiro adversário será o argentino Mariano Navone, na segunda rodada do Masters 1000 de Roma.
A final vencida em Melbourne no fim de janeiro foi sua última partida no circuito da ATP antes do anúncio feito em meados de fevereiro que ele havia chegado a um acordo com a Agência Mundial Antidoping (Wada), no qual aceitava uma suspensão de três meses para encerrar o caso de seus dois testes positivos para clostebol em 2024.
Este acordo gerou todo tipo de opinião no mundo do tênis, mas a ‘Sinnermania’ continua viva e bem, e os torcedores italianos deixaram isso bem claro nos dias que antecederam seu retorno a Roma.
Seu primeiro treino no Foro Itálico, na segunda-feira, foi assistido na quadra central por 5.000 fãs, que durante 90 minutos demonstraram toda sua admiração e carinho.
Sinner não conseguia deixar de olhar para as arquibancadas e sorrir, entre uma jogada e outra com o tcheco Jiri Lehecka. No final da sessão, ele ficou mais de 15 minutos dando autógrafos.
Mariano Navone (99º colocado no ranking mundial) ganhou na quinta-feira o direito de ser o primeiro adversário de Sinner, após derrotar o jogador local Federico Cinà (323º colocado) por 6-3 e 6-3 na primeira rodada.
Sinner, de 23 anos, será o franco favorito diante do argentino em sua estreia, tendo se preparado minuciosamente e com o máximo rigor.
Além do treino lotado, Sinner apareceu em uma coletiva de imprensa na segunda-feira, onde insistiu que se sente “descansado”, “tranquilo” e “libertado após um ano muito difícil”. Ele então observou que não tinha “grandes expectativas” para esse torneio de retorno.
“Meu objetivo é Roland Garros (25 de maio a 8 de junho). Estou aqui para ver onde estou, para tentar passar da primeira fase, não para vencer todo mundo”, disse ele.
Durante o restante da semana, Sinner continuou treinando na “Cidade Eterna” contra fortes rivais do circuito, como o americano Taylor Fritz e o norueguês Casper Ruud, sempre atraindo grande atenção da mídia e do público local.
Durante a pausa forçada, Sinner trabalhou em sua preparação física, mas sua falta de ritmo competitivo é talvez a maior ameaça para este Masters 1000 de Roma.
No primeiro mês de sua suspensão, ele preferiu não tocar na raquete e passou o tempo esquiando, se reconectando com o esporte de sua infância nas montanhas do norte da Itália.
Ele também compareceu a desfiles de moda e foi visto em uma pista de kart e andando de bicicleta com amigos como o ciclista Giulio Ciccone e os pilotos de corrida Antonio Giovinazzi e Alessandro Pier Giudi.
Quando ele voltou a treinar com a raquete, teve bolhas nos primeiros dias.
Apesar da suspensão, Sinner conseguiu se manter como número 1 do mundo, posição que ocupou por quase um ano.
O vencedor de 19 torneios – três deles Grand Slams – espera recuperar seu impressionante nível de 2024 o mais rápido possível.
“Nos últimos cinco meses, ele só jogou em dois torneios, o ATP Masters e o Aberto da Austrália”, disse a um pequeno grupo de jornalistas Simone Vagnozzi, que o treina junto com o australiano Darren Cahill.
“É um desafio mais mental do que físico ou técnico. Quando você está no circuito e vai emendando partidas, você entra na quadra sem pensar muito. Agora ele vai disputar sua primeira partida pensando que tem que fazer isso ou aquilo”, explica o técnico italiano.
O que parece não ter mudado para Sinner é sua personalidade e sua tentativa de se manter discreto, apesar de ser oficialmente o melhor tenista do mundo: “Sou apenas um cara de 23 anos muito modesto que joga tênis bem. Não vou mudar o mundo”.
jr/fbx/dr/pm/aam/mvv