Barras anti-acidentes não foram instaladas na linha 5 por atraso em resposta do Metrô

Após o acidente que tirou a vida de Lourivaldo Ferreira da Silva Nepomuceno na linha 5-Lilás do metrô, operada pela ViaMobilidade, veio à tona a informação de que as portas de segurança do trem e da plataforma não têm sensores de presença. Documentos mostram que esses dispositivos não foram instalados por questões burocráticas e falta de resposta do Metrô.

Segundo registros obtidos pela TV Globo, a concessionária aprovou em 2024 a instalação da tecnologia, que consiste em barras de borrachas resistentes acopladas nas portas das plataformas que acompanham o movimento de fechamento e, ao detectarem a presença de um passageiro, acionam sensores para abertura das portas novamente.

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Testes foram realizados na estação Capão Redondo e o mecanismo funcionou, impedindo que uma pessoa ficasse prensada entre o vão do trem e a plataforma. Apesar disso, a instalação não avançou.

Conforme os documentos, uma reunião marcada para o dia 6 de novembro de 2024 não foi realizada por falta de comparecimento de representantes do Metrô.

Em outubro de 2024, a ViaMobilidade havia enviado uma carta solicitando que a barras de segurança fossem instaladas na Linha 5-Lilás. E-mails, cartas e ofícios mostram que a concessionária cobra isso do Metrô desde 2023.

Cerca de dois anos antes, o mês de fevereiro de 2022 o Metrô tinha se comprometido a acionar a fornecedora das portas. Nove meses depois, a empresa informou que o relatório da fabrica era inconclusivo e solicitou uma revisão até o fim daquele ano, o que não aconteceu.

Com a falta de resposta, a ViaMobilidade se manifestou novamente em janeiro de 2023 e março do mesmo ano. O Metrô respondeu quatro meses depois afirmando que “ainda estava avaliando o que era possível fazer, dentro dos termos do contrato assinado com a fornecedora“.

Os documentos obtidos ainda mostram que a Secretaria de Parcerias e Investimentos do governo estadual demonstrou preocupação com a demora na resposta, e defendeu o pedido da ViaMobilidade para assumir a responsabilidade pela instalação das barras e arcar com os custos do contrato de concessão.

Após a pressão do governo, o Metrô informou ter recebido uma proposta de solução da fornecedora, mas não divulgou maiores detalhes, e afirmou que “seguiria o que estava previsto no contrato com a fornecedora”.

A IstoÉ entrou em contato com o Metrô solicitando um posicionamento sobre o atraso na implementação das barras, mas não obteve resposta até o momento. O espaço segue aberto à manifestação.

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