Na madrugada deste sábado, 10, a Justiça do Rio Grande do Sul decidiu revogar a prisão preventiva de um homem detido durante uma operação policial que apura um possível plano de ataque a bomba no show de Lady Gaga, realizado no último sábado, 3, na praia de Copacabana, no Rio de Janeiro. A decisão foi assinada pelo juiz Jaime Freitas da Silva, que estava de plantão.
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O magistrado atendeu ao pedido da defesa, que apresentou documentos indicando que, até o momento, o investigado não aparece formalmente no processo da Comarca do Rio de Janeiro como parte do grupo suspeito de planejar o crime.
O nome dele teria surgido por conta de um endereço de IP (número de identificação de equipamentos conectados à internet) supostamente usado pelo principal suspeito.
No despacho, o juiz apontou que, de acordo com os documentos e relatórios técnicos anexados, não há indícios diretos de envolvimento do preso na tentativa de atentado.
Um levantamento feito pelo Núcleo de Inteligência do Ministério Público do Rio Grande do Sul, anexado aos autos, sugeriu que o IP relacionado a ele pode ter sido clonado. O juiz ressaltou que isso não significa que a possibilidade de participação esteja descartada, mas que essa análise deverá ser feita pelas autoridades fluminenses.
Além disso, o homem foi preso em flagrante e, após o inquérito policial, acabou indiciado por porte irregular de arma de fogo, crime previsto no Estatuto do Desarmamento, que prevê pena de até três anos de prisão e multa. Esse fator também pesou para que a prisão preventiva fosse revogada.
O juiz mencionou ainda que, mesmo se for confirmada a alteração de numeração em uma das armas apreendidas, hipótese que pode aumentar a pena para até seis anos, seria possível mantê-lo em liberdade.
O investigado não possui antecedentes criminais e, como não há outra apuração contra ele no Rio, a prisão preventiva, na avaliação do magistrado, não se sustentaria.
A partir de agora, o homem deverá cumprir algumas medidas cautelares: comparecer a cada dois meses à Justiça de sua comarca para informar suas atividades, comunicar qualquer mudança de endereço ou telefone e não sair da cidade onde mora por mais de 15 dias sem informar o juiz.
Sobre a investigação, o caso continua sob responsabilidade da Delegacia de Polícia do Rio de Janeiro. A operação, que contou com apoio do Ministério da Justiça e Segurança Pública, desmantelou um grupo suspeito de promover discurso de ódio e planejar ataques violentos, com foco em crianças, adolescentes e pessoas LGBTQIA+. O plano previa a utilização de explosivos improvisados e coquetéis molotov durante o show da artista norte-americana.