NOVA YORK, 11 MAI (ANSA) – O papa Leão XIV, recém-eleito o 267º líder da Igreja Católica, responde somente a Deus, mas como cidadão norte-americano deve ter deveres perante a pelo menos mais um poder superior: o IRS, a Receita Federal dos Estados Unidos.
O governo norte-americano geralmente exige que todos os cidadãos, independentemente do local de residência, apresentem uma declaração de imposto de renda anualmente. Este princípio também se aplica a Robert Francis Prevost, a menos que ele renuncie formalmente à cidadania do país de seu nascimento.
O jornal Washington Post explorou a situação sem precedentes: “Os últimos papas da Polônia, Alemanha e Argentina não foram tributados por seus países de origem”, declarou Jared Walczak, vice-presidente da Tax Foundation, think tank apartidário em Washington, que chamou a atenção tributária do primeiro papa norte-americano de “território desconhecido”.
Embora o Papa não receba um salário fixo, o Vaticano cuida de suas necessidades, incluindo moradia, alimentação, transporte e uma retribuição simbólica de 2,5 mil euros por mês. Esses benefícios “em espécie” podem ser considerados renda tributável de acordo com as leis tributárias dos EUA.
Como membro do clero, Leão XIV não está isento de impostos nos Estados Unidos. Mas, como residente estrangeiro na maior parte do ano, ele pode excluir grande parte de seus ganhos do imposto de renda de seu país de origem.
Para o ano fiscal de 2025, cidadãos americanos no exterior podem excluir até US$ 130 mil de renda estrangeira. De acordo com o Washington Post, no entanto, essa isenção não se aplica à renda obtida enquanto trabalhava para um governo estrangeiro, o que não deve ser uma vantagem para Prevost, já que ele é funcionário do Vaticano.
Isso implicaria uma nova tarefa para os contadores da Santa Sé, que devem aplicar essas regras à declaração de imposto de renda que o novo líder da Igreja Católica provavelmente terá que apresentar. (ANSA).