
Uma grande operação do Ibama, voltada para combater o desmatamento ilegal na Amazônia, gerou descontentamento entre os ruralistas do Pará, estado que será sede da COP30 em novembro. O governador Helder Barbalho, do MDB, se reuniu com a ministra Gleisi Hoffmann para abordar a situação e buscar apoio do setor agropecuário local. Essa ação é considerada a mais significativa já realizada pelo Ibama, resultando no embargo de mais de 70 mil hectares e 5.000 propriedades em diversos estados, incluindo o Pará. Os representantes do agronegócio expressaram sua insatisfação com a operação, que ocorreu em um momento crítico, próximo ao lançamento do novo Plano Safra. Eles alegam que muitos dos embargos impostos foram injustos, citando uma margem de erro que pode variar entre 10% e 15%. Além disso, os ruralistas argumentam que o prazo de 30 dias para a remoção do gado é inadequado e que deveriam ter recebido notificações prévias antes da imposição dos embargos.

Por outro lado, o Ibama justifica a operação como uma medida necessária para prevenir o desmatamento ilegal. A instituição ressalta que o prazo curto para a retirada do gado é uma estratégia para impedir que infratores se beneficiem da venda de animais criados de forma irregular. A ação do órgão ambiental visa proteger a floresta e garantir a sustentabilidade da região, que enfrenta desafios significativos em relação à preservação ambiental. A tensão entre os ruralistas e o governo federal reflete um conflito mais amplo sobre a gestão dos recursos naturais na Amazônia. Com a COP30 se aproximando, as discussões sobre desmatamento e práticas agrícolas sustentáveis devem ganhar ainda mais destaque. A expectativa é que o evento promova um diálogo entre diferentes setores, buscando soluções que equilibrem a produção agrícola e a conservação ambiental.
publicado por Patrícia Costa