Ataque aéreo da junta militar em Mianmar mata 17 crianças em escola na região central

Um ataque aéreo realizado por forças da junta militar de Mianmar atingiu uma escola primária no vilarejo de Oe Htein Kwin, no centro do país, matando pelo menos 17 crianças e ferindo mais de 20, segundo informou nesta segunda-feira (12) o governo civil no exílio, conhecido como Governo de Unidade Nacional (NUG). As informações foram reproduzidas pela rede Radio Free Asia (RFA).

A investida foi lançada por um jato que partiu da base aérea de Meiktila, na região de Mandalai, e teve como alvo a vila localizada no município de Tabayin, na região de Sagaing, área sob domínio de grupos rebeldes. Moradores relataram que o bombardeio ocorreu por volta das 9h30, enquanto as aulas já estavam em andamento, após o fim de um período de exames.

Casa destruída por bombardeio militar em Mianmar, junho de 2021 (Foto: Reprodução/X/Phyu-Phyu)

“Até agora, sabemos que 17 alunos morreram e mais de 20 ficaram feridos. Alguns ainda estão desaparecidos por causa da bomba, então o número de mortos pode ser maior”, afirmou Nay Bone Latt, porta-voz do gabinete do primeiro-ministro do NUG.

“As crianças da escola foram intencionalmente alvo do bombardeio. A junta costuma usar propaganda para dizer, depois de atacar deliberadamente áreas com pessoas deslocadas e crianças, que os alvos eram forças revolucionárias”, acrescentou Nay

Além das crianças, dois professores que estavam de serviço na escola também morreram no ataque, segundo moradores. Eles afirmam que ainda não é possível estimar o total de vítimas, já que há desaparecidos e feridos em estado grave.

Um morador, que preferiu não se identificar por questões de segurança, descreveu o ataque como inesperado. “Nesta manhã, por volta das 9h30, o jato começou a bombardear”, disse ele, contando ainda que os centros médicos da região estão sobrecarregados devido à gravidade dos ferimentos.

A junta militar, até o momento, não divulgou nenhuma informação sobre o ataque. Tentativas de contato com o porta-voz do regime, general Zaw Min Tun, não foram respondidas.

Apesar de ter declarado um cessar-fogo entre 2 de abril e 31 de maio para auxiliar na recuperação de áreas afetadas por terremotos nas regiões de Sagaing e Mandalai e no estado de Shan, a junta já realizou bombardeios e ataques com artilharia pesada que mataram mais de 200 pessoas desde então.

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