Terremoto em área de supervulcão gera pânico no sul da Itália

NÁPOLES, 13 MAI (ANSA) – Um terremoto de magnitude 4.4 na escala Richter atingiu a cidade de Nápoles, no sul da Itália, na manhã desta terça-feira (13), e provocou pânico na população.   

Atualmente, não há relatos de danos ou vítimas.   

De acordo com o Instituto Nacional de Física e Vulcanologia (INGV), o abalo sísmico ocorreu à 12h07 (horário local) e teve epicentro na região de Campi Flegrei, que abriga um supervulcão subterrâneo.   

O tremor foi claramente sentido em diversas áreas de Nápoles e causou medo na região vulcânica. Em Pozzuoli, diversas pessoas saíram de casa e ficaram nas ruas com medo de desabamentos.   

Já na ilha de Procida, todos os 500 alunos da escola de Capraro foram evacuados, enquanto que passageiros a bordo de um navio, que havia deixado o local de desembarque de Flegrei poucos minutos antes e se dirigia para Ischia, ficaram em pânico.   

“Um grande terremoto está em andamento. Ordenei imediatamente que todas as patrulhas da Polícia Local saíssem às ruas. Fortes tremores que inevitavelmente assustaram a população”, afirmou o prefeito de Pozzuoli, Gigi Manzoni, convidando “todos a manterem a calma e a permanecerem em locais abertos, pois estes são momentos de grande apreensão”.   

Segundo o político italiano, as autoridades locais estão se reunindo com o centro de operações municipal”.   

Após o fenômeno, a empresa que opera o setor de transportes, a Ente Autonomo Volturno (EAV), anunciou que o tráfego ferroviário no centro de Nápoles foi suspenso como medida de precaução para permitir a verificação das condições da linha.   

Poucos segundos antes do terremoto de magnitude 4,4, ocorreu um terremoto de magnitude 2,1. Agora, porém, o INGV relatou que todos eles fazem parte de um “enxame sísmico” que atinge o sul da Itália. Um terceiro tremor de 3,5 foi registrado às 12h22 (horário local).   

Em entrevista à ANSA, a diretora do Departamento de Vulcões do INGV, Francesca Bianco, “todos os terremotos ocorreram a uma profundidade de cerca de 2,7 quilômetros, uma profundidade cada vez mais afetada por essas maiores energias, e o choque principal foi localizado no mar, em um ponto muito próximo da costa a oeste”.   

Os terremotos de hoje se somam a uma longa sequência de eventos sísmicos ocorridos desde o ano passado em Campi Flegrei, termo em grego antigo que significa “campos ardentes”. A região, onde vivem mais de meio milhão de pessoas, passa por uma fase de “bradismo”, fenômeno que eleva o nível do solo a partir do gás e magma acumulados nas profundezas.   

Diferentemente do vizinho Vesúvio, os Campi Flegrei não têm um vulcão principal, mas sim diversas crateras espalhadas por uma estrutura chamada “caldeira”, ou seja, uma área rebaixada e relativamente circular que se formou devido à erosão causada por erupções passadas. (ANSA).   

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