Parlamentar do Irã propõe rever proibição a armas nucleares se negociações com EUA falharem

Em meio à mais recente rodada de negociações nucleares com os EUA, um parlamentar iraniano pediu publicamente que o líder supremo do país, aiatolá Ali Khamenei, reconsidere a decisão que proíbe o uso de armas nucleares caso os diálogos em andamento não resultem no alívio das sanções econômicas. A declaração foi feita por Nadergholi Ebrahimi durante sessão parlamentar na segunda-feira (5), segundo relato da revista Newsweek.

“As negociações devem continuar se resultarem na suspensão das sanções. Caso contrário, pedimos que sejam encerradas e solicitamos ao Líder Supremo que reconsidere a doutrina iraniana sobre armas nucleares”, disse Ebrahimi.

Míssil hipersônico do Irã: poder militar do país preocupa Israel (Foto: IRNA/divulgação)

A fala do deputado ocorre logo após a conclusão da quarta rodada de conversas entre os dois países em Mascate, Omã. Embora ambas as partes tenham reconhecido avanços, divergências centrais permanecem. O Irã insiste em seu direito de enriquecer urânio para fins pacíficos, enquanto os EUA exigem a suspensão total dessa atividade.

Teerã, por sua vez, mantém a defesa firme de que o enriquecimento de urânio é um direito soberano e não está disposto a abrir mão dessa prerrogativa. “O enriquecimento (de urânio) pelo Irã é uma questão real e legítima, e estamos prontos para construir confiança quanto a preocupações potenciais, mas a questão do enriquecimento não é negociável”, afirmou o chanceler iraniano, Abbas Araghchi, segundo a emissora estatal iraniana Press TV.

A doutrina nuclear do Irã se baseia em um decreto religioso emitido por Khamenei que proíbe o desenvolvimento de armas atômicas. No entanto, essa posição tem sido contestada por figuras de alto escalão diante de ameaças externas. Em abril, o conselheiro Ali Larijani afirmou na televisão estatal que um ataque militar dos EUA ou de Israel “justificaria” a busca por armamento nuclear.

Enquanto isso, o ex-presidente Donald Trump embarca em uma viagem ao Oriente Médio que inclui Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos. A visita busca atrair investimentos bilionários para os EUA, mas chamou atenção por deixar Israel de fora. Isso causou desconforto entre autoridades israelenses, que demonstraram preocupação com uma possível mudança no apoio norte-americano em meio à crescente tensão com o Irã.

Segundo a agência Bloomberg, o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman está empenhado em evitar que Trump apoie uma ofensiva militar israelense contra o Irã, temendo que um conflito aberto desestabilize a região e comprometa projetos econômicos locais.

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