
Como de costume, após uma semana da divulgação da nova Selic meta, o Banco Central divulga Ata do Copom para justificar as alterações na taxa básica de juros. O documento trouxe alguns motivos para justificar a elevação da Selic de 14,25% a.a. para 14,75% a.a. O primeiro foi a própria inflação corrente, que se encontra acima do teto da meta (4,5%), por conta de um crescimento da atividade econômica maior do que a economia consegue suportar, trazendo evidentemente pressões altistas nos preços, principalmente no setor de serviços.
O segundo motivo para elevação da Selic foi o patamar das expectativas de inflação (5,5%), que trazer riscos de inflacionários, na medida em que empresários se antecipam ao futuro elevando o preço de bens e serviços no presente. Outro ponto destacado pelo Banco Central foi a guerra tarifária iniciada pelos EUA. Os efeitos do aumento do protecionismo global são difusos e incertos, podendo trazer menos crescimento econômico e mais inflação, exigindo cautela na condução da política monetária.

Por fim, o Banco Central destacou como a política fiscal e de crédito do governo federal podem pressionar as taxas de juros de mercado. De fato, nada adianta o Banco Central subir os juros para conter a inflação, se o governo federal opera em direção contrária, com elevação de gastos e flexibilização do crédito, com taxas de juros subsidiadas, abaixo da Selic, a fim de induzir um crescimento artificial da economia. Em outras palavras, se não fossem essas medidas do governo Lula, a Selic poderia estar num patamar menos e controlar a inflação.