Homem que passou quase 40 anos preso é absolvido por tribunal de Londres

Um homem que passou quase 40 anos preso por assassinato teve sua condenação anulada por um tribunal de Londres nesta terça-feira (13). Avanços nas técnicas de teste de DNA lançarem dúvidas sobre a sentença.

Peter Sullivan, considerado a vítima do mais longo erro judiciário no Reino Unido, foi condenado à prisão perpétua em 1987 pelo assassinato de Diane Sindall, de 21 anos.

Ela foi encontrada morta após deixar o local onde trabalhava na cidade de Bebington, noroeste da Inglaterra, perto de Liverpool, no ano anterior.

Sullivan recorreu à Comissão de Revisão de Casos Criminais – um órgão independente que investiga possíveis erros judiciários – em 2021, levantando preocupações sobre seus depoimentos, as evidências de marcas de mordida apresentadas em seu julgamento e o que seria a arma do crime, informou a comissão em um comunicado.

A comissão então obteve informações de DNA de amostras coletadas no momento do crime e descobriu que o perfil não correspondia ao de Sullivan. Seu caso foi então enviado ao Tribunal de Apelação de Londres, que anulou a condenação nesta terça-feira com base nas novas provas.

“Este é um momento histórico e sem precedentes. Nosso cliente, Peter Sullivan, é a vítima mais antiga de um erro judiciário no Reino Unido”, afirmou a advogada dele a repórteres do lado de fora do tribunal.

Lendo uma mensagem de Sullivan, a advogada ressaltou: “O que aconteceu comigo foi muito errado, mas não diminui nem minimiza o fato de que tudo isso aconteceu em decorrência de uma perda de vida hedionda e terrível”.

Sullivan havia entrado com um pedido de questionamento de provas de DNA no CCRC em 2008, mas peritos forenses alertaram na época que qualquer teste adicional dificilmente produziria um perfil de DNA.

As técnicas utilizadas nos testes que levaram ao encaminhamento do seu caso não estavam disponíveis no momento do seu primeiro pedido, informou o CCRC.

A Polícia de Merseyside, que reabriu a investigação em 2023, afirmou não haver correspondência para o DNA identificado no banco de dados nacional de DNA, acrescentando que estava comprometida em fazer “tudo ao nosso alcance” para descobrir a quem pertencia.

“A verdade os libertará… À medida que avançamos para resolver os erros cometidos contra mim, não estou com raiva, não estou amargurado”, pontuou Sullivan em sua mensagem.

Este conteúdo foi originalmente publicado em Homem que passou quase 40 anos preso é absolvido por tribunal de Londres no site CNN Brasil.

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