Thiago da Silva Folly, conhecido como “TH da Maré” e apontado como a principal liderança da facção criminosa Terceiro Comando Puro (TCP) no Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, foi morto em uma operação policial nessa terça-feira (13). Sua morte encerra uma trajetória marcada pela violência e por uma longa fuga da Justiça.
Considerado um dos criminosos mais perigosos do estado, TH da Maré acumulava 227 anotações criminais e tinha 17 mandados de prisão em aberto. Ele estava foragido da Justiça há mais de 10 anos.
Relembre quem era “TH da Maré”
As investigações para localizá-lo se intensificaram após a morte de dois policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) em julho de 2024, durante uma operação na Vila do João.
Poder e influência
Segundo a polícia, TH da Maré exercia comando direto sobre o tráfico de drogas, assaltos, ações armadas, roubos de veículos e homicídios na região. Sua ficha criminal inclui envolvimento direto em uma série de homicídios.
Entre os crimes atribuídos a ele estão o assassinato do cabo do Exército Michel Augusto Mikami em novembro de 2014, durante a atuação da Força de Pacificação na Maré, tentativas de homicídio de policiais civis em 2017 e participação na morte de dois agentes do Bope em julho de 2024.
A “queda” de TH da Maré ocorreu durante uma operação do Bope e da Subsecretaria de Inteligência da PM. A ação foi desencadeada nas primeiras horas da terça-feira na comunidade do Timbau, no Complexo da Maré. O traficante foi localizado em uma casa tomada de moradores, descrita também como uma espécie de “bunker”. Segundo investigadores, ele costumava usar casas de moradores para se esconder.
Queda de líder do TCP
Durante a incursão, houve confronto armado com a polícia. TH foi atingido e morreu no local, junto com dois de seus seguranças. Uma pistola foi apreendida com ele.
Áudios que a CNN teve acesso mostram que, após ser baleado, um dos líderes do TCP pediu ajuda, mencionando amigos também no chão. Outro áudio descreve que ele tentou escapar pulando lajes após sair de um esconderijo.
De acordo com a PM, o traficante foi localizado pelo setor de inteligência da PM na comunidade do Timbau e morreu durante o confronto na chegada da polícia.
A operação que culminou em mortes na Maré, mobilizou esforços para que vias expressas importantes da cidade fossem afetadas. A Linha Amarela foi interditada diversas vezes, chegando a ser fechada seis vezes. A Avenida Brasil e a Linha Vermelha também tiveram bloqueios, e motoristas relataram tensão, com alguns precisando retornar na contramão.
Barricadas com fogo foram colocadas por criminosos para dificultar o acesso. A operação também impactou serviços públicos: 43 unidades escolares municipais e 2 estaduais foram afetadas, e 4 unidades de saúde municipais suspenderam atendimento ou atividades externas. Cerca de 70 linhas de ônibus precisaram desviar seus trajetos.
A Polícia Militar determinou a ocupação do Complexo da Maré por tempo indeterminado para garantir a circulação nas vias expressas da região.
Este conteúdo foi originalmente publicado em “TH da Maré”: veja ascensão e queda de líder do TCP no Rio de Janeiro no site CNN Brasil.