‘Com decreto de cidadania, morre a italianidade’, diz jurista

SÃO PAULO, 14 MAI (ANSA) – O magistrado aposentado Walter Fanganiello Maierovitch, fundador e presidente do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais Giovanni Falcone, criticou nesta quarta-feira (14) o decreto-lei que limita a transmissão da cidadania italiana por direito de sangue.   

“Estou muito triste porque na Itália há uma grande maioria, tanto no Parlamento quanto entre os cidadãos, favorável ao decreto-lei que quer retirar o direito à cidadania italiana da segunda geração”, explicou à ANSA o jurista.   

Maierovitch criou o grupo Italianità Viva contra o decreto, do qual participam cerca de mil pessoas, porque “está preocupado com o fim do vínculo e com o sentimento de italianidade que não quer que morra”.   

Segundo o magistrado, o projeto de lei em tramitação no Parlamento representa “um risco para a italianidade” porque, “mesmo que façamos congressos, tragamos professores e especialistas ao Brasil, publiquemos livros para mostrar o que a Itália tem feito para enfrentar os problemas da máfia e do terrorismo”, com esse “decreto perderemos a força e os descendentes de italianos se sentirão estrangeiros, que é muito ruim”.   

Maierovitch ressaltou à ANSA que, “por respeito à memória de Giovanni Falcone”, é “absolutamente contra a indústria da cidadania”, especificando que “todo cidadão tem direitos e deveres” e que, em sua opinião, “deve ser imposta a obrigação de conhecer a língua e a cultura italiana para obter a cidadania, além de um acompanhamento mais ativo da vida política, também porque as pessoas aqui votam para eleger deputados e senadores no Parlamento (de Roma)”. (ANSA).   

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